Anarquismo Judicial e Segurança Jurídica

Ivo Teixeira Gico Jr.

Résumé


A partir de uma interpretação da segurança jurídica como uma forma de capital, o capital jurídico, explora-se as consequências sociais da ausência de mecanismos de coordenação entre magistrados para a formação e manutenção de jurisprudência, em especial, o anarquismo judicial. Utilizando-se um modelo agente-principal, demonstra-se que os magistrados brasileiros não possuem incentivos e mecanismos suficientes para investir em capital jurídico e uniformizar regras jurídicas. A insegurança jurídica resultante gera incentivos para a sobreutilização dos tribunais, resultando no problema endêmico de congestionamento.

Mots-clés


Judiciário; Anarquismo Judicial; Segurança Jurídica; Agente-Principal

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DOI: https://doi.org/10.5102/rbpp.v5i2.3270

ISSN 2179-8338 (impresso) - ISSN 2236-1677 (on-line)

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