As representações sociais do usuário de maconha sob a política da segurança nacional nas décadas de 60/70
Resumo
Este trabalho procurou demonstrar como o cruzamento do discurso médico e policial erigiram e legitimaram uma série de representações sociais em que a maconha é apresentada como substância maléfica, inclusive, moralmente, e articulada com segmentos sociais não hegemônicos, representados culturalmente por grupos étnicos e no viés de classe, pelos desfavorecidos. Ao evocarem a autoridade emanada dos lugares sociais que ocupam, os médicos, reduzem o usuário de cannabis a um doente, enquanto os policiais o traduzem como marginal. Em ambos os casos ao usuário é imputada a demanda de tratamento tutelar e afastamento do corpo social, seja para tratamento compulsório, seja para interdição prisional. O trabalho concentra sua análise no Brasil, não obstante contemplar os Estados Unidos em razão de sua importância geopolítica. Ademais, confere especial atenção às décadas de 60 e 70 nas quais, o governo militar, escorado na Doutrina de Segurança Nacional, importada dos norte-americanos, articula a questão das drogas ao comunismo, convertendo-os em ameaça ao Estado e promovendo sua perseguição. Sem a ambição de esgotar o tema, o trabalho deseja fomentar a discussão sobre a rede de representações sociais que é tecida ao redor da maconha e de seus usuários para pensar como o controle social se fez presente nesse período e a que atores interessou.
Texto completo:
Texto CompletoDOI: https://doi.org/10.5102/unijus.v1i0.1233
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 1519-9045 (impresso) - ISSN 1982-8268 (on-line) - e-mail: carolina.abreu@uniceub.br