Teoria da ação comunicativa e interpretação da sociedade colonial brasileira
Resumo
Neste artigo são apresentadas reflexões acerca da composição social do Brasil que contribuem para a compreensão da especificidade brasileira na cultura ocidental. A teoria da ação comunicativa proporciona uma perspectiva sociológica que acrescenta elementos ao estudo da singularidade da formação da sociedade brasileira nos quadros da história do ocidente. A imagem da disjunção entre sistema e mundo da vida, constitutiva da apreensão habermasiana da trajetória desenvolvimental do Ocidente, torna-se significativa para a compreensão da dinâmica social própria da sociogênese do Brasil. Decorrem considerações diversas relativas à adequação das imagens teóricas ao contexto social estudado, elucidando a especificidade da cultura brasileira dentro do quadro da moderna sociedade ocidental: sistema colonial e mundo vivido encontram-se cindidos desde o momento de seu estabelecimento; permanece o núcleo arcaico de normatividade, representado pela forte presença do catolicismo colonial; o mundo vivido colonial reproduz-se coincidindo com a reprodução da cosmovisão mágica; a complexidade sistêmica colonial, por sua vez, é uma decorrência da racionalização metropolitana; há resistências estruturais que impedem o surgimento de imagens do mundo racionalizadas e a liberação do potencial contido no agir comunicativo.
Palavras-chave
Sociedade colonial brasileira. Teoria da ação comunicativa. Catolicismo colonial. Escravidão.
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Texto CompletoDOI: https://doi.org/10.5102/pade.v2i1.1094
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