TREINAMENTO NEUROMUSCULAR PARA PACIENTES COM A SÍNDROME DA DOR PATELOFEMORAL
Resumo
A síndrome da dor patelofemoral (SDPF) é definida como a queixa dolorosa na região anterior do joelho, se tornando uma das lesões mais comuns na prática clínica ortopédica, com maior prevalência em mulheres. Trata-se de uma lesão multifatorial, que pode estar relacionada à deficiência no controle neuromuscular do tronco, pelve e membros inferiores durante atividades funcionais. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi verificar os resultados da aplicação de um programa de exercícios resistidos e sensório motores para o tratamento de pacientes com diagnóstico de SDPF. Foram submetidas a 6 semanas de um programa de exercícios resistidos e sensório motores para os músculos do tronco, abdutores e rotadores laterais de quadril e extensores de joelho, 4 pacientes do gênero feminino, praticantes de atividade física, com a média de idade 26,4 ± 5,4, estatura 166 ± 4,40 e peso 51,5 ± 5,4. As sessões foram realizadas três vezes semana (n=18) e tinham por objetivo a melhora da força muscular, resposta neuromotora, coordenação e equilíbrio. Anteriormente e após o período de aplicação do programa, as pacientes foram avaliadas para nível dor (EVA), funcionalidade (por meio das Escalas de Atividade de Vida Diária (EAVD) e Atividade Esportiva (EAE), força isométrica dos movimentos trabalhados (dinamometria manual) e análise cinemática 2D, mensurando o valgo dinâmico e a queda da pelve. Os valores médios de queixas iniciais de dor passaram de 6,8 ± 2,2 para 1,2 ± 0,7. Em relação à funcionalidade, a média da classificação funcional para as atividades de vida diária inicialmente era 47 ± 7,48 e passou para 90,8 ± 6,36. Para as atividades esportivas, os valores iniciais foram 40 ± 6,32 e finais 87,8 ± 7,16. Houve aumento da força muscular em ambos membros, para todos os movimentos testados, em média 8,85% para abdução, 15,57 para rotação lateral e 20,26% para extensão. A análise cinemática mostrou uma diminuição média de 44,7% no valgo dinâmico e 34,3% da queda pélvica. Com base nesses resultados, acreditamos que as pacientes com SDPF telvez tenham adquirido melhor aprendizado motor após o treinamento resistido associado a estímulos neuromusculares para evitar o padrão de desalinhamento dos membros inferiores presentes em mulheres com a SDPF.Os resultados encontrados nos permitiram concluir que o programa de tratamento proposto promoveu a melhora da dor e funcionalidade dos pacientes, por meio do aumento da força muscular e melhora no padrão de movimento da cintura pélvica e membros inferiores
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n2.2016.5594
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