INTERFACES ENTRE PSICOLOGIA E OS DIREITOS HUMANOS: A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DA PSICOLOGIA NO ENFRENTAMENTO A VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NO DISTRITO FEDERAL
Resumo
A pesquisa desenvolvida busca desvelar e possibilitar uma compreensão crítica das
percepções que as psicólogas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) e do
Consultório de Rua do Distrito Federal tem sobre direitos humanos e as violações desses
direitos nos contextos nos quais atuam. Dessa forma, essa se configurou como um estudo de caso, munindo-se da realização e análise de entrevistas semiestruturadas e do
desenvolvimento do método etnográfico. Ambos instrumentos de coleta de informação
foram analisados a partir de um olhar cartográfico inspirado em Rolnik e Guattari (2000).
Como resultado da pesquisa, definimos quatro tópicos analisadores baseados nas falas das entrevistadas: os dilemas da atuação profissional cotidiana; as escolhas e oportunidades na formação com vistas a realização de uma psicologia com compromisso social; as estratégias práticas de atuação envolvendo enfrentamento às violações de direitos humanos, e, por fim, as conexões presentes entre a rua e o presídio. O maior achado da pesquisa se deve a percepção de que no contexto de atuação da psicologia envolvendo a rua e o presídio a prática profissional é suscitada por escolhas individuais engajadas socialmente mais do que pelo incentivo externo de uma formação universitária. Além disso, durante a atuação tais profissionais se veem diante de possibilidades de intervirem de modo inovador e visando a emancipação dos públicos assistidos, bem como, paradoxalmente, diante de limitações e desengajamento em suas práticas, o que enxergamos como um certo tipo de endurecimento das subjetividades desses profissionais como psicólogos atuando nas fronteiras das interfaces com os direitos humanos
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n3.2017.5806
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