SEPSE EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA EM UM HOSPITAL PÚBLICO: ESTUDO DA PREVALÊNCIA, CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS, FATORES DE RISCO E MORTALIDADE

Matheus da Silva Ribeiro, Henrique Fernandes de Moura Pires

Resumo


A sepse é uma condição clínica resultante de uma desregulada resposta inflamatória a uma infecção, sendo a principal causa de morte em UTIs, com mortalidade alcançando 67,4% no Brasil. Os patógenos mais envolvidos são: bacilos gram-negativos (Klebsiella spp. e Pseudomonas aeruginosa) e cocos gram-positivos (principalmente Staphylococci), sendo que, a depender da bactéria, o prognóstico dos pacientes é alterado. Os principais fatores de risco para a doença são a presença de comorbidades, como diabetes mellitus, população idosa e o longo tempo de internação. Em relação aos critérios e definições para sepse, estes sofreram consideráveis revisões, sendo que a última foi em 2016 com a publicação do “Sepsis 3”. Segundo o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), os novos conceitos não se aplicam à realidade brasileira, que possui baixa sensibilidade diagnóstica. A partir disso, o trabalho teve como objetivo investigar as características clínicas e diagnósticas, microbiológicas e epidemiológicas de pacientes com o diagnóstico de sepse internados na UTI do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Os critérios de inclusão foram: pacientes admitidos na UTI do HRAN, internados por 24 horas ou mais com diagnóstico de sepse em 2017. Foram excluídos: pacientes sem diagnóstico de sepse. Os dados foram tabulados no programa Excel e analisados no Statistical Package of Social Science (SPSS) versão 20.0. Os resultados foram apresentados de forma descritiva adotando-se números absolutos e porcentagens. No estudo, 81 pacientes preencheram os critérios de inclusão. Na amostra, 49 pacientes eram do sexo masculino (60,49%) e 32 do sexo feminino (39,50%). A média de idade foi de 56 anos. A mortalidade foi de 58,02% (47 óbitos), sendo que, dentre os óbitos, 65,95% eram do sexo masculino e 34,04% do sexo feminino. Em relação ao foco infeccioso, os 3 sítios mais incidentes foram: respiratório (45,67%), abdominal (24,69%) e urinário (8,64%). Em relação à identificação do patógeno, 75,30% tiveram diagnóstico etiológico indeterminado, e, dentre as bactérias identificadas, Pseudomonas spp. (6,17%), Klebsiella spp. (3,70%) e Staphylococcus aureus (2,47%) foram as mais incidentes. Em relação a comorbidades, as mais prevalentes foram a Hipertensão Arterial Sistêmica (43,20%), Diabetes Mellitus (33,33%) e Doença Renal Crônica (6,172%). Em relação à análise estatística do impacto da idade na mortalidade, foi evidenciado em nosso estudo que os idosos morrem significativamente mais por sepse que os não idosos. Quando se avalia a chance de sobreviver é 3,08 vezes maior nos mais jovens ou a razão de prevalência é de 0,63, ou seja, ser mais jovem atua como um fator de proteção, sendo o valor de p = 0,016. Com o estudo, pôde-se observar que a sepse ainda apresenta alta mortalidade em UTI, o que corrobora com outros estudos acerca do tema, além da identificação de fatores de risco (como idade e comorbidades), que estão associados a mau prognóstico. Os focos infecciosos mais incidente foram congruentes com a literatura: pulmonar, abdominal e urinário


Palavras-chave


Sepse. UTI. Critérios diagnóstico. Mortalidade.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n3.2017.5872

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