Avaliação do perfil de sintomas não motores em pacientes com distonia primária

Oliveira Matheus Moreno de, Talyta Cortez Grippe

Resumo


Introdução: Distonia é o segundo transtorno do movimento mais comum nos
consultórios da especialidade, embora ainda seja pouco reconhecido na prática clínica. É
uma síndrome onde há uma grande riqueza de sintomas não motores, que são muitas
vezes negligenciados inclusive por especialistas. Seus principais sintomas são
psiquiátricos, sendo a ansiedade e a depressão os grandes destaques. Objetivo.
Caracterizar e avaliar o perfil epidemiológico de pacientes com distonia primária em um
centro de referência no Brasil, assim como seus sintomas não
motores. Métodos: Pesquisa realizada em duas etapas. A primeira de maneira
retrospectiva, transversal do tipo descritiva. Foram avaliados prontuários de pacientes
com distonia primária acompanhados em ambulatório especializado em distúrbios do
movimento no período de 2017 a 2019. Dados como idade, sexo e distribuição corporal
foram analisados. Na segunda etapa foi realizada uma pesquisa prospectiva, transversal
do tipo descritiva. Realizou-se a aplicação de questionários para avaliação dos sintomas
não motores. Resultados: Um total de 127 pacientes foram selecionados após avaliação
do prontuário e exclusão de pacientes com distonia de causa secundária ou diagnóstico
de outros distúrbios de movimento. A maioria dos pacientes avaliados é do sexo feminino
(53,7%; n= 72), com média de idade de 56,4 anos (18 – 87). A distribuição corporal mais
comum identificada foi a cervical (37%), seguida de cervicofacial (19%), blefaroespasmo
(17%) e segmentar (17%). Dos 20 pacientes que responderam o questionário, 45% foram
diagnosticados com ansiedade e 45% com depressão (não sendo congruentes). Além
disso, os pacientes apresentam comprometimento cognitivo significativo, mesmo quando
comparado a população semelhante. Conclusão: Existe uma grande prevalência de
sintomas não motores em pacientes com distonia na amostra avaliada, evidenciando que
esse aspecto deve ser sempre explorado e abordado pelo médico assistente. São
necessários mais estudos em outras regiões do Brasil para que se possa estabelecer um
perfil epidemiológico para pacientes brasileiros, permitindo assim uma melhor
caracterização e manejo desses indivíduos


Palavras-chave


Distonia. Epidemiologia. Sintomas não motores.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6343

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