Perfil lipidômico como marcador de risco de placa coronariana em pacientes assintomáticos de risco intermediário para eventos cardiovasculares
Resumo
A despeito dos avanços na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da doença cardiovascular (DCV) nos dias atuais, a DCV permanece como uma grande causa de morbimortalidade em todo o mundo. A prevenção primária tem contribuído de forma substancial para a redução nas taxas de mortalidade por doença arterial coronariana; no entanto, ainda existem desafios a serem vencidos. A prospecção de marcadores lipidômicos pode ser utilizada como técnica complementar para a reestratificação de risco cardiovascular em pacientes assintomáticos de risco intermediário de Framingham, cujo manejo clínico adequado é incerto. Neste trabalho, inicialmente submetemos os pacientes à Ecocardiografia transtorácica (Eco-TT) e à Cintilografia Miocárdica (CM), àqueles pacientes com Fração de ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) preservada e com a CM negativa foram incluídos no projeto. Em seguida, nós comparamos o perfil global de lipídeos entre pacientes com placas coronarianas na angiotomografia (Angio-TC) e sem placa aterosclerótica, classificando-os pelo Escore de Leaman Adaptado (CT-LeSc), utilizando-o como possível discriminante para reestratificação de risco cardiovascular. Pacientes Framingham intermediário com
angiotomografia de artérias coronárias foram separados em 3 grupos: ausência de placas (CTRL), placa calcificada (CCP) e placa não calcificada (NCP), com aplicação posterior do CT-LeSC. Este escore caracteriza de forma objetiva a placa em tercis, T1 (CT-LeSc: 0,3 – 3-7), T2 (CT-LeSc: 3,8 – 8,2) e T3 (CT-LeSc: 8,3 – 24,1), com base na localização, grau de estenose e composição da placa aterosclerótica. O N total de pacientes igual a 27, dividido nos 4 grupos (CTRL: 7; T1: 9; T2: 6; T3: 5). Cada grupo teve sua lipidômica analisada por espectrometria de massa tipo MALDI-MS com análise estatística não paramétrica feita pelo software MetaboAnalyst, com análises de PLS-IP (Partial Least Squares Important Features), que leva em conta os perfis diferenciais, e SPLS (Sparse Partial Least Squares), que evidencia melhor a diferença entre de biomarcadores. A lipidômica foi comparada com o escore de cálcio, espessura médio-intimal das carótidas, proteína C reativa US e história familiar de doença aterosclerótica. A análise de SPLS da lipidômica dos grupos NCP, CCP e CTRL mostrou grupos bem estratificados, validando a CT-LeSc e seus tercis, como uma ferramenta de avaliação das placas e seu risco cardiovascular. Através do PLS, foram encontrados lipídios de alta intensidade em T2 e T3 e baixa intensidade em T1 e CTRL, demonstrando um possível marcador de mau prognóstico para eventos cardiovasculares. A técnica de espectrometria de massas mostrou-se aplicável no contexto clínico da Aterosclerose, sendo que sua correlação com o CT-LeSc agregou mais acurácia na discriminação dos fenótipos estudados
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6396
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