ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MULHERES COM LESÕES POR HPV DO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO ATENDIDAS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
Resumo
O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres no Distrito Federal. Os vírus do papiloma humano, HPV de alto risco são os causadores do câncer cervical e os de baixo risco causam lesões verrucosas no trato genital e anal. O objetivo deste estudo foi traçar o perfil epidemiológico das mulheres com infecção por HPV que foram atendidas no Hospital Universitário de Brasília durante o mês de Julho de 2015. Foi realizado estudo epidemiológico descritivo de caráter transversal com 17 mulheres portadoras de HPV através da utilização de um questionário que abordava os fatores de risco já descritos na literatura, assim como o resultado do exame clínico-laboratorial do prontuário. A tabulação dos resultados foi realizada com a ferramenta Microsoft Office© Excel 2010. A mediana de idade foi de 37 anos variando de 20 a 67, a média de idade da primeira relação sexual foi de 17,63 anos, 47% das mulheres já tinham abortado alguma vez na vida, 47% nunca tiveram um aborto e 6% não responderam. Em relação ao tabagismo, 23,5% não fumavam/nunca fumaram e 76,5% eram fumantes ou ex-fumantes, 41,1% das entrevistadas recebiam até 1 salário mínimo/mês e quanto a localidade de residência, a cidade de Samambaia-DF foi a que apresentou o maior número de portadoras de HPV, com 23,5% dos casos. Seguida de Ceilândia-DF com 17,6%. Em relação à frequência de realização do exame preventivo de Papanicolaou, 70,6% o realizavam 1 vez ao ano, e 11.7% só realizavam quando solicitado pelo médico. Com base neste estudo, foi possível concluir que o perfil epidemiológico das mulheres que apresentam lesões por HPV atendidas no HUB-DF e residentes no distrito federal ou entorno, são predominantemente de fumantes ativas e baixa condição socioeconômica, sem relação com abortamento e, concordando assim com a literatura. A mediana de idade e média de idade de início de vida sexual concorda com a literatura, onde a maioria das mulheres teve início de vida sexual precoce, o que favorece a infecção pelo HPV. O câncer de colo uterino pode ser prevenido e curado na grande maioria dos casos, porém, há um grande déficit de informações, pois a infecção pelo vírus e sua gravidade ainda é algo desconhecido pela maioria das pacientes, sendo necessária por parte das autoridades de saúde pública uma intervenção para prevenção primária e secundária de saúde e divulgação pública de informações básicas sobre a relação da infecção por HPV e suas lesões com maior eficiência.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2015.7567
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