Avaliação dos fatores prognósticos dos resultados do reparo artroscópico das rupturas do manguito rotador
Resumo
A dor no ombro constitui uma apresentação clínica comum e os distúrbios do manguito rotador (MR) são considerados a principal causa desse tipo de dor, além de causar sintomas como fraqueza muscular e perda de amplitude de movimento articular do ombro, que podem resultar em restrições das atividades diárias. O reparo artroscópico das lesões do MR apresenta-se como solução para os pacientes sintomáticos, com resultados satisfatórios em até 93% dos pacientes. O objetivo do estudo foi determinar quais fatores prognósticos, de forma independente, influenciaram os desfechos clínicos do reparo artroscópico do MR. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, com 144 pacientes. Foram utilizados teste de correlação e regressão multivariada para analisar os seguintes conjuntos de variáveis: 1) Avaliação pré-operatória; 2) Variáveis intrínsecas ao paciente, relacionadas à lesão, relacionadas ao procedimento e 3) Avaliação funcional pós-operatória. Os resultados avaliados pelas escalas funcionais UCLA e Constant & Murley apresentaram 131 (91,61%) pacientes com resultados excelentes e bons e 89 (72,02%) com resultados excelentes, bons e satisfatórios, respectivamente. Houve redução significativa da dor pós-operatória (p<2,2 x 10–16). A idade apresentou correlação com o tamanho da lesão, em que pacientes com idade mais avançada apresentaram lesões maiores (p=0,01). Após a aplicação das regressões multivariadas as seguintes variáveis estiveram correlacionadas com piores resultados clínicos: dislipidemia (p=0,04), obesidade (p=0,026), idade (p=0,04), membro dominante operado (p=0,04). Fixação completa das lesões (p=0,019) e lesão do supraespinhal (p=0,032) estiveram relacionadas com melhores resultados clínicos. Pode-se concluir que o reparo artroscópico das lesões do manguito rotador apresentou resultados satisfatórios de acordo com as escalas funcionais utilizadas. Dislipidemia, membro dominante operado, fixação completa da lesão, obesidade, lesão do supraespinhal e idade foram fatores preditores associados aos resultados clínicos.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7595
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