Níveis de pressão arterial em sala de parto de recém nascidos saudáveis

Gabriella Santos de Oliveira, Julia de Oliveira Melo, Nádia Juliana Beraldo Goulart Borges Haubert

Resumo


A incidência de hipertensão arterial no recém-nascido a termo varia entre 0,2 a 3%. A magnitude deste intervalo reflete a dificuldade de definir a hipertensão neonatal decorrente dos fatores: ausência de estudos prospectivos de larga escala que determinem valores de referência universalmente aceitos, variabilidade das técnicas e condições de medição da pressão arterial e influência nos valores normais de pressão arterial da idade gestacional, peso à nascença, sexo, antecedentes patológicos e o uso de medicações maternas. Objetivos: Obter percentis de pressão arterial sistólica, diastólica e média em neonatos saudáveis a termo , entre a 1ª e a 2ª hora de vida, utilizando um dispositivo oscilométrico de aferição, calculando uma escala de pressão arterial sistólica e diastólica média ao nascer; além de correlacionar o valor da pressão arterial com peso ao nascimento, idade gestacional, sexo e via de parto. Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo de coorte de dados de prontuários do Hospital Santa Lúcia - Brasília/DF. A aferição da PA foi executada entre os primeiros 15 e 30 minutos de vida através da oscilometria automática MX-600 GE, seguindo protocolo padrão de assistência do hospital. Foram incluídos RNs a termo, sem patologias, que não necessitaram de internação na unidade de terapia intensiva neonatal. Os critérios de Exclusão foram recém nascidos prematuros ou a termo que evoluíram com desconforto respiratório que necessitaram de internação e portadores de malformações maiores. Resultados: Foram avaliadas as aferições de 800 neonatos. A via preferencial de parto na amostra estudada foi a cesárea, 85,8% dos partos, e o sexo masculino foi o mais prevalente 50,9%. As médias obtidas foram de 64,89 ± 10,7 mmHg para a pressão arterial sistólica e 37,60 ± 11,7 no sexo masculino e 66,46 ± 10,9 PA sistólica e 39,52 ± 12,3 PA diastólica para feminino. A frequência cardíaca média foi de 152,86 ± 13,5 bpm masculino e 155,56 ± 12,8 feminino. Além disso, 85,1% dos RN foram classificados como adequados para idade gestacional e 97,9% das aferições foram realizadas no membro superior direito. Conclusões: O presente estudo apesar das limitações de a não aferição por um mesma pessoa, ter uma proporção tão grande de RN nascidos de parto cesáreo que podem interferir na hemodinâmica fetal, fortalece o cuidado neonatal uma vez que permite a segurança de
conhecer uma curva nacional de pressão arterial e frequência cardíaca semelhante a curvas americanas e europeias.


Palavras-chave


Pressão arterial. Recém-nascido. Nascimento a termo.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7632

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