Pneumonia comunitária e hospitalar em box de emergência de um hospital público do Distrito Federal: estudo de prevalência, métodos diagnósticos, fatores de risco, tratamento e mortalidade

Rodrigo Soares Pereira, Felipe Freitas de Sousa, Joana D’arc Gonçalves da Silva

Resumo


A pneumonia (PNM) é uma das doenças infectocontagiosas com a quarta
maior taxa de morbimortalidade do país, sendo esta taxa ainda maior em pacientes
imunodeprimidos, crianças e idosos. Caso ocorra no ambiente hospitalar, entre 48h da admissão e até 72h de alta hospitalar é chamada Pneumonia Hospitalar (PH), caso ocorra fora do ambiente hospitalar ou nas primeiras 48h de internação é chamada Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC). Entre janeiro/2018 e janeiro/2019, essa infecção pulmonar representou nacionalmente cerca de 53,11% das internações e 60,7% dos óbitos referentes a patologias do sistema respiratório. As PNMs são consideradas grandes desafios no controle de dados referentes à morbimortalidade e, principalmente, nos dispendiosos valores gastos. Isso ocorre devido certa escassez de dados e estudos epidemiológicos com informações conclusivas sobre a incidência, mortalidade e possíveis fatores relacionados ao prognóstico dessa patologia. Objetivo:
investigar o perfil epidemiológico, métodos de diagnóstico, fatores de gravidade,
morbimortalidade e tratamento, à partir da análise de prontuários, dos pacientes com
diagnóstico de Pneumonia Nosocomial e Comunitária no Box de Emergência do Hospital
Regional da Asa Norte (HRAN). Metodologia: É um estudo retrospectivo e prospectiva
transversal, descritiva, com revisão de prontuários de pacientes internados no Box de
Emergência do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) da Secretaria de Estado de Saúde do
Distrito Federal, no período de janeiro/2018 a setembro/2019. Resultados: No período de
janeiro/2018 a setembro/2019, foram analisados 592 prontuários e incluídos nesta análise 80
pacientes, segundo critérios de participação. 55% eram do sexo feminino, com média de idade
foi de 70,48 ± 16,64. Quanto ao tipo de pneumonia, 54,5% pacientes possuíam o acometimento
comunitário enquanto 47,5% o nosocomial. Em relação a comorbidades, foi visto que 91,25%
dos pacientes possuíam comorbidades, sendo que cerca de 71,2% apresentavam pelo menos
duas delas. As principais patologias listadas foram hipertensão arterial sistêmica, diabetes
mellitus tipo 2, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência cardíaca. O escore CURB-
65 da admissão, para PAC, mostrou que 61,90% (N=26) atingiram score maior ou igual a três,
que indica mortalidade alta. Para o acometimento comunitário, os antibióticos mais utilizados
foram Meropenem, Piperacilina com Tazosulbactam, Cefepime e Ampicilina com Sulbactam,.
No acometi enquanto no hospitalar, foram Meropenem, Ampicilina com Sulbactam,
Vancomicina e Cefepime. A mortalidade geral do estudo foi de 86,25%, sendo especificamente
para PAC de 85,61% e 86,84% para PH. Considerações finais: A pneumonia bacteriana, em
sua forma comunitária e hospitalar, é considerado um acometimento relevante no Box de
Emergência, visto sua incidência e sua alta taxa de mortalidade. É importante ressaltar que
idade avançada, a presença de comorbidades e associação ao hábito do tabagismo são
considerados fatores de gravidade e que estão relacionados com a alta taxa de mortalidade. A
PH determinou-se como uma complicação grave em pacientes da instituição, levando ao maior
período de internação e maior demanda por suporte invasivo e maior número de antibióticos. O
score CUBR-65 comportou-se como um preditor importante de gravidade e de mortalidade. O
alto número de amostras de cultura sem resultados mostra-se como uma limitação importante
para a constituição do perfil etiológico da instituição.


Palavras-chave


Pneumonia; Epidemiologia; Diagnóstico.

Texto completo:

PDF


DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2019.7640

Apontamentos

  • Não há apontamentos.

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia