Além do hospital de campanha: proposta de uma unidade de atendimento comunitário voltada à crise do Covid-19

Fernanda Letícia Soares Ribeiro, Laís Ester Sousa Moura, Marcos Henrique Ritter de Gregorio

Resumo


Para suprir a demanda de internações causadas pelo novo coronavírus, o governo brasileiro precisou investir em soluções provisórias a fim de evitar o colapso do sistema de saúde do Brasil. A solução encontrada foi a construção de edificações temporárias por todo o país chamadas de hospitais de campanha. No Rio de Janeiro e em Brasília, foram construídos hospitais nos estádios de futebol (Maracanã e Mané Garrincha). Já no Mato Grosso do Sul, a estrutura foi erguida dentro do HRMS (Hospital Regional do Mato Grosso do Sul) e assim, as construções foram se multiplicando por todas as regiões brasileiras. Algumas dessas unidades foram relevantes no enfrentamento da doença, além de auxiliarem no desafogamento do sistema de saúde existente. Entretanto, a construção descoordenada, a flexibilização das medidas de segurança previstas em normas para estruturas hospitalares, falta de planejamento, má gestão e até casos de irregularidades nos contratos, expuseram as falhas desse sistema que está longe de ser o ideal. Este trabalho, através de pesquisa em literaturas, normas hospitalares e constante acompanhamento acerca da crise mundial do COVID-19, apresenta a proposta de uma unidade de atendimento comunitário que poderá auxiliar de forma eficaz no combate à doença. A proposta parte da premissa de que a insalubridade das residências brasileiras, somada ao grande número de habitantes que compartilham essas construções constituem um cenário de grande propagação do vírus em grupos familiares e de vizinhança. Para tanto, é interessante disponibilizar um primeiro atendimento a estes grupos em um local próximo de suas residências com vistas a reduzir esta propagação. A unidade de atendimento comunitário foi projetada com o auxílio da arquitetura modular, visando a agilidade na entrega, processos de execução de obra, cuidado com o meio ambiente, atendimento eficaz, preocupação com as normas de segurança hospitalar e uso dessas unidades no pós-pandemia. A ideia é instalar-se em locais de fragilidade social, aproximando a medicina destes grupos. Além disso, a pesquisa pretende demonstrar que a arquitetura e a engenharia civil podem ser aliadas no combate ao COVID-19.

Palavras-chave


Covid-19; hospitais de campanha; unidade de atendimento; arquitetura modular.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8151

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