Estudo de coorte retrospectivo de alterações intracranianas de cães avaliadas por meio de ressonância magnética
Resumo
Há uma escassez de informações relacionadas ao diagnóstico de enfermidades intracranianas em cães por ressonância magnética, cujas alterações comumente se apresentam com sinais clínicos brandos, com lenta progressão, implicando em maior dificuldade para um diagnóstico rápido e preciso. Este estudo de coorte retrospectivo buscou delinear o perfil de incidência das alterações intracranianas em cães no Distrito Federal e foi realizado por meio da coleta do histórico de laudos cranianos de ressonância magnética de pacientes caninos de um centro de diagnóstico por imagem em Brasília – Distrito Federal, que ocorreram entre março de 2020 e janeiro de 2021. Dos 168 pacientes submetidos ao exame, 72 (42,86%) eram fêmeas e 96 (57,14%) machos. Os resultados apontaram uma possível associação entre alterações encefálicas e animais idosos e os animais sem raça definida apresentaram a maior incidência, fato que pode estar associado a este grupo representar a maior população mundial de cães. Percebeu-se também que quase um quinto dos pacientes deste estudo poderiam ter realizado outros métodos de diagnósticos, dado que não apresentaram alterações intracranianas perceptíveis ao método, sugerindo a necessidade de uma melhor capacitação de profissionais nesta área. Condição que pode ser auxiliada pelo aumento do número de aparelhos com esta tecnologia no país, contribuam para uma melhora nesta estatística e um aumento no número de estudos a respeito do tema. O aumento dos ventrículos foi a alteração de maior incidência observada neste estudo, assim como o encontrado na literatura, seguido de alterações em parênquima e aumento de pressão intracraniana. Neste levantamento não foi encontrada associação estatística entre o aumento da pressão intracraniana e o sexo do animal (P=0,877), porém há uma divergência entre autores a este respeito. E não foram localizadas publicações que aventassem uma associação entre sexo dos pacientes e alterações cerebelares ou neoplasias, porém neste estudo foi observado uma possível associação entre sexo (P=0,0504), mas não com neoplasias.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8291
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