Hábitos sexuais e de anticoncepção em jovens de uma universidade do Distrito Federal

Isabela Boulhosa Tavares, Mateus Ricardo Cardoso, Luciana Teixeira de Campos

Resumo


Esta pesquisa objetivou conhecer a epidemiologia dos hábitos sexuais e de
anticoncepção de jovens de uma universidade do Distrito Federal. Trata-se de um estudo
epidemiológico de caráter descritivo, com abordagem quantitativa, sendo um levantamento,
entre os anos de 2020 e 2021, com análise de questionários estruturados auto aplicáveis
sobre os efeitos do uso de métodos contraceptivos na sexualidade. As variáveis investigadas
foram: idade, sexo, escolaridade, uso e conhecimento sobre os contraceptivos, hábitos
sexuais, opiniões sobre sexualidade. Os sujeitos da pesquisa foram 252 alunos do Centro
Universitário de Brasília (UniCEUB) que assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido que já tiveram a sexarca. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética sob nº
4.373.886. Em relação à primeira relação sexual, 56% dos entrevistados revelaram ter sido
após os 18 anos e 20% não fez uso de métodos contraceptivos, já dos que tiveram a relação
antes dos 18 anos (44%), 28,5% não fizeram uso de tais métodos nesta relação. Dos
entrevistados, 69% referiu usar sempre, 21,8% na maioria das vezes, 2% raramente e 7,2%
não faz. Assim, 43,3% usam preservativos, 21,8% contraceptivos orais e 19% dupla proteção.
Dos que usam preservativos de barreira, apenas 19% fazem uso durante toda a relação
sexual. 49,2% dos estudantes acreditam que o uso de métodos de barreira atrapalha no
prazer sexual e 26,6% referem que o uso destes prejudicam a naturalidade e
espontaneidade do ato. Tratando-se de parceiros fixos, 58,3% não faz uso de métodos que
previnem Infecções Sexualmente Transmissíveis, desses, apenas 29,2% interrompem após
realização de exames. A maior parte dos entrevistados (79,4%) recebeu orientações sobre
saúde sexual e planejamento familiar, sendo que 6,7% obtiveram estas informações apenas
após a 1ª relação. Ademais, a maior parte obtiveram tais orientações pelas escolas (70,2%),
52,9% dos pais e apenas 22,2% de serviços de saúde. A maior parte dos estudantes (96%)
concorda que a responsabilidade pelo uso de contraceptivos deve ser das duas pessoas.
Dentre os entrevistados, 76,2% tem um plano de vida, desses 2% não fez uso de
contraceptivos na primeira relação e, dos que não tem tal plano, 11% não fizeram uso de
anticoncepção. Os resultados demonstram que uma proporção alta dos estudantes teve a
primeira relação sexual com menos de 18 anos, além da baixa prevalência do uso correto de
métodos anticoncepcionais e proteção contra ISTs. Assim, os achados enfatizam a
necessidade da orientação sobre saúde sexual e planejamento familiar com objetivo
primário prevenir a gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis. Deve-se
incentivar essa abordagem em instituições de ensino e serviços de saúde, de forma a
proteger a saúde e incentivar o planejamento de vida dos estudantes.


Palavras-chave


sexualidade; anticoncepção; comportamento sexual.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8299

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