A prevalência e repercussões clínicas da Covid-19 em pacientes transplantados cardíacos

Carolina Felix de Sousa Chaer, Mariana Camargo Afiune, Luciano Janussi Vacanti, Cristina Machado Camargo Afiune

Resumo


Essa pesquisa teve como objetivo determinar a prevalência e as repercussões da COVID-19 em pacientes receptores de transplante cardíaco atendidos no hospital cardiológico de referência no Distrito Federal, no período de março de 2020 a julho de 2022, identificando a gravidade e as repercussões clínicas apresentadas. A COVID-19 é uma doença infectocontagiosa causada pelo SARS-COV-2, primeiramente identificada na China, em dezembro de 2019. Atualmente, atingiu aproximadamente 681.253 óbitos somente no Brasil. A maior mortalidade e gravidade da doença foi observada em idosos e pacientes com maior risco cardiovascular, devido a hipertensão arterial, diabetes e obesidade. Uma vez que receptores de transplante cardíaco apresentam elevada prevalência de comorbidades cardiovasculares e realizam terapia de imunossupressão contínua, acredita-se que sejam mais vulneráveis à COVID-19. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, qualitativa e observacional, não-experimental, realizada no Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). Os dados foram coletados por meio de entrevistas telefônicas e acesso aos prontuários eletrônicos dos pacientes. Foram entrevistados 93 pacientes, dentre eles 13 crianças e 80 adultos transplantados cardíacos. Mensuraram-se os dados quantitativos pela ferramenta Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), para análise estatística. Quanto aos dados qualitativos, foram analisados de forma subjetiva pelos pesquisadores, sendo todos os dados separados em população adulta e pediátrica. A prevalência de COVID-19 na população total de estudo foi 33,4%. A maioria dos pacientes adultos infectados era do sexo masculino, acima de 50 anos, e apresentava hipertensão, diabetes ou doença renal crônica. Os principais sintomas foram: febre (59%), tosse (52%), dispneia (41%), cefaleia (38%), mialgia (38%) e rinorreia (34%). A maioria dos pacientes teve a terapia imunossupressora mantida durante a infecção aguda. A taxa de hospitalização nos adultos foi de 17%. Apenas duas crianças foram infectadas por COVID-19, uma delas com necessidade de hospitalização em UTI. As taxas de vacinação com pelo menos uma dose foram de 95% em adultos e 85% em crianças. Conclusão: A prevalência da COVID-19 em pacientes receptores de transplante cardíaco foi duas vezes maior do que na população geral, entretanto, os desfechos clínicos encontrados não indicaram maior gravidade da doença nessa população

Palavras-chave


transplante cardíaco; COVID -19; repercussões clínicas; prevalência

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8914

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