Avaliação da gravidade dos sinais e sintomas da Covid-19 em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica
Resumo
Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia pelo
SARS-CoV-2. A obesidade e suas comorbidades relacionadas foram descritas como fatores de
risco para o desenvolvimento de doença grave pela COVID-19. A cirurgia bariátrica é uma
alternativa para pacientes obesos, que resulta na perda de peso e melhora das principais
comorbidades associadas à obesidade. Entretanto, pouco se sabe sobre a gravidade dos
sinais e sintomas da COVID-19 em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica no Brasil.
Portanto, este estudo objetivou avaliar a gravidade dos sinais e sintomas nesses pacientes,
identificar os sinais e sintomas mais incidentes, a necessidade de internação, ventilação
mecânica não invasiva e de intubação. Trata-se de um estudo de natureza básica, objetivo
descritivo e abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada com pacientes que efetuaram
cirurgia entre os anos de 2002 e 2019. Foram incluídos no estudo pacientes operados por
meio das técnicas cirúrgicas Bypass gástrico ou Sleeve, pacientes que tiveram COVID-19
antes de tomar a vacina e que tiveram diagnóstico laboratorial comprovado pelo exame
RT-PCR e/ou sorologia. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário online. A
avaliação da gravidade dos sinais e sintomas da infecção por SARS-CoV-2 dos pacientes foi
feita por meio do manual "Orientações para manejo de pacientes com covid-19", publicado
pelo Ministério de Saúde do Brasil, que os classifica em leves, moderados e graves. Os dados
coletados foram analisados utilizando o Pacote Estatístico para Ciências Sociais (IBM SPSS,
IBM Corporation, Armonk, NY, EUA, 25.0). Um total de 60 pacientes participaram do estudo.
Destes, 70% eram mulheres e 88,3% realizaram Bypass gástrico. A idade e IMC médio foram
de 45 anos e 29, respectivamente. Em relação à gravidade dos sinais e sintomas, 60% dos
casos foram categorizados como graves, 33,3% como leves e 6,7% como moderados. Com
relação aos sintomas apresentados, a fadiga foi o mais relatado (90%), seguido pela cefaleia
(81,7%), congestão nasal (63,3%), mialgia (61,7%) e tosse (60%). A presença de tosse foi
associada ao sobrepeso/obesidade (OR=3,720; IC =1,060–13,050; p=0,034). Quanto a
internação, 6,7% dos participantes (n=4) relataram necessidade de serem internados e de
ventilação mecânica não invasiva (n=4) e nenhum precisou de intubação. Todos os casos que
necessitaram de internação e VNI, eram pertencentes do grupo sobrepeso/obesidade. Foi
observado através da razão de chances, um aumento do risco em pertencer a este grupo
para aqueles que necessitaram de internação e VNI (OR=1,333; IC =1,114–1,554)
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8928
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