Estudo de prevalência das alterações orais em cães de raças toys no Distrito Federal

Beatriz Domingues Bressan Lopes Guimaraes Vidal, Gabrielle Moura Nascimento, Bruno Alvarenga dos Santos

Resumo


A odontologia veterinária está entre as especialidades que mais cresce nos últimos anos devido a grande importância das alterações que acometem a cavidade oral dos animais de companhia. Cães de raças toys possuem fatores de riscos que predispõem a diversas doenças dentárias, como o formato do crânio, que influencia no posicionamento dos dentes, deixando-os mais próximos. Com intuito de conferir aos dentistas veterinários informações que os permita traçar medidas preventivas e terapêuticas mais eficazes, além da escassez de estudos descritos na região do Distrito Federal (DF), este trabalho visou avaliar a prevalência e o comportamento das enfermidades que acometem a cavidade oral de cães de raças toys no Distrito Federal, pela extrapolação do histórico de atendimentos de uma clínica especializada em odontologia veterinária. O estudo foi realizado por meio da tabulação em planilha eletrônica de dados de prontuários obtidos nesta clínca, no qual foram avaliadas características como alterações dentárias, raça, sexo, idade e castração. As informações coletadas passaram por análises estatísticas onde foram realizados o teste qui-quadrado com correção de Yates com nível de confiança de 5%, assim como o coeficiente de correlação de Pearson, para determinar correlação entre o sexo dos pacientes e a ocorrência de doença periodontal, por meio do software Bioestat 5.3. Os resultados foram analisados e confrontados com a literatura, visando determinar quais afecções possuíam maior prevalência. Dos 206 prontuários incluídos no estudo, 52,91% (109) dos cães eram fêmeas e 47,09% (97) machos, os quais apresentavam idades entre 1 mês e 17 anos. Com relação a castração, 68,93% (142) dos cães eram castrados, enquanto 26,70% (55) eram inteiros e 4,37% (9) não possuíam esta informação. Entre as raças mais observadas, 18,93% (39) eram Spitz Alemão, 17,48% (36) sem raça definida, 14,08% (29) Shih Tzus e Yorkshire Terrier, e 5,34% (11) Dachshund. A respeito das alterações orais, 96,10% não apresentaram hiperplasia gengival, 22,81% (47) apresentaram gengivite, 68,45% (141) cálculo dentário, 6,8% (15) neoplasias orais, enquanto a doença periodontal houve classificação conforme o grau da doença, em que 50,00% (68) dos cães possuíam grau leve, 10,29% (14) grau leve a moderado, 24,26% (33) grau moderado, 8,82% (12) grau moderado a grave, 38,97% (53) grau grave e 19,12% (26) não possuíam a doença. Destes animais com doença periodontal, 48 possuíam outras alterações, sendo 37,50% (18) com persistência dentária, 33,33% (16) com exposição de furca, 12,50% (6) com má oclusão, 6,25% (3) com fístulas infra-orbitárias, 4,17% (2) com ausência dentária e 2,08% (1) com abscesso periapical. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a maioria dos animais são acometidos com afecções dentárias, sendo a doença periodontal a de maior ocorrência e que nem todas essas afecções podem ser associadas com os fatores de risco, indo de encontro à literatura. Além disso, torna-se necessário estudos mais aprofundados acerca do tema e a orientação por parte dos profissionais aos tutores para evitar o acometimento dessas afecções

Palavras-chave


canídeos; doença periodontal; odontologia veterinária

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8954

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