O impacto das ilhas de calor na escala gregária de Brasilia

Resumo

A expansão urbana de Brasilia reduziu espaços abertos e trouxe efeitos bioclimáticos com a criação de ilhas de calor e o reflexo nos microclimas, impactando na qualidade do conforto ambiental dos seus habitantes. Esse estudo avaliou os efeitos de edificaçoes com superfícies reflexivas comparadas com areas de parques urbanos com vegetaçao abundante e sua sua capacidade de absorver, modificar ou diminuir a radiação solar. Foram coletados dados com auxílio de uma câmera termográfica (modelo FLIR C2) e termômetro termo-higrômetro digital (modelo MTH-1360) que captaram informações de temperatura, umidade, em nove localidades, fragmentos do centro de Brasília, na escala gregária, bem como parques urbanos. Para a medição da posição geográfica, foi utilizado GPS marca Garmin (modelo GPS12) e a coleta de dados ocorreu em tres momentos do dia, as 9:00, as 15:00 e as 21:00 por dois dias consecutivos. Observamos diferenças nas médias de temperatura entre os horários do dia, com elevação máxima da temperatura as 15:00. Quando comparamos as temperaturas entre os dados coletados as 15:00 e as 9:00, maior diferença nas médias de temperatura foi observada face nordeste da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida (ponto 2), que obtém grande incidência solar por ter a fachada mais espelhada, com elevação média de 7,40oC (35,65-28,25oC). As menores diferenças nas médias de temperatura entre as 9:00 e 15:00, foram observadas no Parque da Cidade (pontos 6 e 7). Nossos dados corroboram com outros estudos, sugerindo que os locais que possuem maior área de vegetação obtém maior sombreamento, menor amplitude térmica, e aumento na umidade justificada pelo processo de evapotranspiração. A adequada quantidade de vegetação deve ser considerada na composição dos projetos urbanísticos para melhorar a qualidade de vida na cidade de Brasilia