Criptococose como problema de saúde pública no Distrito Federal
Resumo
A Criptococose é uma doença causada pelos fungos Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gatti, comumente encontrados nas fezes de pombos, onde podem permanecer viáveis por até 2 anos. Ela afeta principalmente indivíduos imunossuprimidos, como os portadores do vírus HIV. Os dados globais sobre a morbidade e mortalidade da doença são preocupantes, com centenas de milhares de novos casos e óbitos notificados anualmente. No Brasil, algumas regiões têm números comparáveis aos de países africanos, com índices de letalidade preocupantes. Diante da relevância para a saúde pública, a pesquisa teve como intuito principal, analisar, de forma descritiva, o perfil epidemiológico dos casos de criptococose em humanos no Distrito Federal (DF) de 2018 a 2022, analisar microbiologicamente as fezes de pombos em diversas localidades no Plano Piloto, Brasília, DF e realizar revisão de literatura sobre as medidas de prevenção e controle da criptococose. Para tanto, foram levantados os dados referentes aos casos humanos de criptococose na base pública de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do DATASUS/Ministério da Saúde. Foram filtradas todas as internações registradas de 2018 a 2022 nos hospitais públicos do Distrito Federal (DF) em que a Classificação Internacional de Doenças (CID) primário ou secundário fossem identificados com o código B45, codificação específica que está associada aos casos de pacientes diagnosticados com criptococose. Foram registrados 58 pacientes, majoritariamente do sexo masculino, na faixa etária de 24 a 28 anos. Como diagnóstico principal, destaca-se a criptococose cerebral e como desfecho clínico a alta com retorno para acompanhamento. Foram coletadas amostras de excretas de pombos de 13 localizações distintas do plano piloto em Brasília, DF e entorno. A análise microbiológica das fezes de pombos foi realizada no laboratório de Microbiologia do UniCEUB, através de microscopia com nanquim. As 13 amostras coletadas (100%) obtiveram microscopia positiva para Cryptococcus sp., confirmando a presença do patógeno nas áreas. Das amostras, ressalta-se a de área hospitalar, o que pode representar risco biológico, pela constante presença de indivíduos imunocomprometidos. Na revisão de literatura, foram realizadas buscas em bases de dados como PubMed e Google Acadêmico utilizando diferentes operadores booleanos para encontrar artigos relacionados à criptococose e seu controle e prevenção. Foram selecionados 6 artigos que tratavam do controle do Cryptococcus sp. sem envolver tratamento ou patogênese, 6 artigos sobre a vacina do Cryptococcus sp. e 7 artigos relacionados ao controle do fungo em pombos. No Google Acadêmico, foram selecionados 4 artigos sobre prevenção da criptococose e 10 artigos sobre o controle de Cryptococcus sp. em pombos. As informações levantadas nas referências destacam a necessidade de controle da população de pombos domésticos como prevenção de propagação de doenças como a criptococose, respeitando as leis ambientais e a ecologia desses animais. A abordagem mais eficaz envolve a combinação de diferentes métodos de controle como barreiras físicas, limpeza de fezes, monitoramento das áreas de risco, auxiliada pela educação ambiental, onde é possível promover a compreensão da conexão direta entre as ações humanas e os problemas ambientais que surgem da interação com a natureza.
Palavras-chave
controle; prevenção; criptococose
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9557
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