Perfil de óbito pela COVID-19 em UTI de um Hospital Geral no Distrito Federal no período de Março de 2020 a bril de 2022
Resumo
A COVID-19 é uma doença que foi identificada pela primeira vez em dezembro de
2019, em Wuhan, China, e causou uma das pandemias mais desafiadoras dos últimos tempos.
Dentre as principais manifestações dessa doença causada pelo SARS-CoV-2 está um quadro
respiratório agudo potencialmente fatal principalmente para pacientes mais velhos, com
comorbidades e não vacinados adequadamente. Apesar de já terem ocorrido avanços no
combate à doença, principalmente através da criação de vacinas efetivas contra o vírus, este
ainda está em circulação e pode sofrer mutações que criam novas variantes com potencial de
causar surtos de casos e mortes na população. Objetivos: Analisar o perfil de óbito, na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, DF, pela
COVID-19, relacionado ao estado vacinal, à idade, ao sexo e à pré-existência de comorbidades
dos pacientes. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com abordagem quantitativa e
qualitativa através da análise de dados constantes nos prontuários dos 234 pacientes
internados com COVID-19 na UTI do hospital geral selecionado, no período de março de 2020
a abril de 2022, maiores de 18 anos, com tempo mínimo de permanência na unidade de 24
horas e que vieram a óbito pela doença. As variáveis analisadas para elaboração do perfil de
óbito foram: data de óbito; idade; sexo; presença de comorbidade; tipo de comorbidade;
número de doses aplicadas de vacina contra a COVID-19; estado vacinal em relação à COVID-
19; fabricantes da 1ª, 2ª e 3ª doses das vacinas contra COVID-19 aplicadas e suas datas de
aplicação. O processamento dos dados e elaboração dos gráficos deu-se através do software
estatístico (RStudio) na versão 4.2.2. Resultados: Foi identificado que, quanto ao sexo, 44.44%
eram mulheres e 55.56% eram homens. Sobre a faixa etária, 80,74% dos pacientes possuíam
60 anos de idade ou mais, 9,82% tinham a idade entre 50 e 59 anos, 6,83% entre 40 e 49,
2,13% entre 30 a 39. Não houve nenhum óbito entre 18 e 29 anos. Sobre as comorbidades:
88,03% dos pacientes a apresentavam, sendo as quatro primeiras mais prevalentes: a
hipertensão arterial sistêmica (HAS), fatores de risco - principalmente obesidade e sobrepeso
-, Diabetes Mellitus tipo 2 e outras doenças cardiovasculares. Sobre a vacinação, 73,93% não
haviam tomado a vacina e 25,64% haviam tomado - sendo 13,25% apenas uma dose, 9,4%
duas doses e 2,99% três doses -. Das vacinas aplicadas, 53,33% eram CoronaVac, 40% eram
Oxford-AstraZeneca e 6,67% eram Pfizer. Relacionando o tempo decorrido entre a primeira
dose da vacina e a data da morte, houve uma queda nos primeiros 6 meses, mas um aumento
após 7 meses. Conclusão: Concluiu-se que houve uma maior mortalidade em pacientes do
sexo masculino, com 60 anos ou mais, em portadores de comorbidades - sobretudo as
cardiopatias, vasculopatias, distúrbios metabólicos e sobrepeso ou obesidade -, que as vacinas
foram efetivas em prevenir o óbito pela COVID-19 quando comparada aos não vacinados e
quanto maior o número de doses da vacina aplicadas, menor o número de óbitos.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9594
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