Perfil epidemiológico e de resistência de bactérias associadas a infecção urinária na comunidade em hospitais da rede particular do Distrito Federal: Análise retrospectiva de uroculturas positivas

Ana Clara Martinelli Sobral, Matheus Santos Córdon, Fabíola Fernandes dos Santos Castro

Resumo


A infecção urinária pode se tornar algo fatal quando complicada e não
admitida para um tratamento eficaz, podendo gerar afecções piores como a sepse e
o choque séptico. Desta forma, a investigação pela cultura bacteriana mais
frequente como agente etiológico dessa enfermidade se mostra como uma
possibilidade de avaliação dos principais caminhos para definição de uma terapia
empírica com um alto grau de resolução. Por meio do rastreamento, irá se definir a
incidência dos principais agentes etiológicos, de forma a conseguir evidências
científicas para produzir uma publicação que sustente a decisão de terapias
empíricas.
O objetivo do presente estudo será delinear perfil epidemiológico e de
sensibilidade das ITU comunitárias da rede de saúde privada do Distrito Federal por
meio de um estudo retrospectivo da análise de todas as uroculturas positivas
recolhidas desde janeiro de 2022. Também serão analisados os respectivos
prontuários das uroculturas positivas, promovendo a estratificação da maior
incidência dos tipos de ITU de acordo com o gênero e faixa etária e a análise dos
fatores de risco associados às infecções do trato urinário. Os dados coletados serão
avaliados de acordo com o protocolo de tratamento da Sociedade Americana de
cistite aguda não complicada e pielonefrite, com fim de possibilitar a formulação de
um protocolo de tratamento empírico próprio que seja mais preciso de acordo com
os patógenos responsáveis mais presentes nas infecções do trato urinário da
comunidade do DF.
Visto que ainda não existem estudos que formulem respostas racionais de
decisão de terapias empíricas para a região do Distrito Federal, a possibilidade de
avaliar os patógenos mais frequentes nas amostras urinárias de pacientes
acometidos por infecção do trato urinário e a resposta deles frente à terapia
antimicrobiana, promove uma capacidade de se escolher, dentre as terapias
disponíveis, a de melhor resposta para se tornar a terapia empírica dos
ambulatórios e setores de internação dos hospitais. Desta forma, ajudando os
profissionais da saúde no momento da escolha terapêutica e promovendo um menor
número de admissões e readmissões na internação hospitalar.
Os resultados obtidos apresentaram o esperado de acordo com o protocolo
da Sociedade Americana utilizado como principal base para fundamentação teórica,
com uma alta prevalência de infecções do trato urinário baixo, sendo a mais
prevalente a cistite não complicada. Ademais, o gênero mais acometido constatado
também está em concordância com a referência, sendo o sexo feminino aquele
mais acometido pelas ITU dentre a população.
A faixa etária mais acometida é a adulta (18 a 64 anos), e o patógeno mais
recorrente encontrado foi a bactéria Escherichia coli, ambos dados de acordo com
aqueles apresentados pela Sociedade Americana.
Todos os patógenos identificados nas uroculturas eram BGN
Enterobacterales. Para esses patógenos, os antimicrobianos preferíveis para uma
conduta terapêutica eficaz, com base no perfil de resistência bacteriana, seriam
Amicacina, Ertapenem, Meropenem, Piperacilina-Tazobactam, Nitrofurantoína,
Cefepime ou Ceftriaxona. Os principais contraindicados, por apresentarem um
padrão de resistência elevado, seriam Amoxicilina-Clavulanato, Ciprofloxacina e
Sulfametoxazol-Trimetoprima.


Palavras-chave


Infecção urinária, terapia empírica, antibioticoterapia, resistência bacteriana

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9599

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