Urbanismo colaborativo: recuperação de áreas degradadas pelo acúmulo de RCC, dando asas ao Santos Dumont
Resumo
A construção civil é um percursor na economia das cidades, gerando empregos e novas atividades socioeconômicas no espaço urbano. Porém, possibilita também alto acumulo de resíduos, os chamados resíduos da construção civil - RCC, que incentivam a geração de outros descartes irregulares de forma geral, propiciando a presença de animais indesejáveis e insetos, capazes de ocasionar doenças constantes nas comunidades e seu entorno. A atual situação em que vivemos perante a pandemia que se alastrou ao redor do mundo, provoca a prática de novas iniciativas em torno do meio ambiente e em nosso meio social, questões que envolvem a garantia da saúde pública refletem a nova normalidade. Dessa forma, o artigo propõe soluções voltadas ao urbanismo colaborativo, buscando a criação de intervenções em comunidades para a conscientização e ação na construção de cidades mais sustentáveis, com a presença de áreas abertas para maior circulação de ventilação e, portanto, limpeza do meio, assegurando a socialização da população em espaços mais salubres e seguros, que forneçam práticas de lazer e saúde, além de atividades atrativas que permitam uma extensão das casas para o espaço urbano. Essa prática permite a participação da população na cidade, estimulando o uso da mesma ao utilizar de espaços abertos urbanos. Neste trabalho será apresentado um estudo de caso realizado entre 2017 e 2018 na cidade de Aracaju/SE mais precisamente na comunidade do bairro Santos Dumont, bairro de classe média-baixa com diversos pontos de descarte irregular de lixo. Nesta intervenção foram desenvolvidas as diversas etapas de um urbanismo tático feito junto à comunidade. Esse tipo de solução busca conscientizar as pessoas da necessidade de cuidado com o planeta e com a cidade para um desenvolvimento equilibrado com o meio ambiente, além disso, pretende-se enfatizar que o espaço urbano deve propiciar ambientes de qualidade, segurança e lazer para a população, o que difere da situação atual de comunidades, que se encontram abandonadas pelos órgãos públicos e que devem ser restauradas, criando assim, espaços dignos, confortáveis e salubres aos cidadãos.
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PDFReferências
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