Brasília em fragmentos: percursos e biografias
Resumo
A partir da perspectiva detetivesca do flanador, percorre-se as superquadras do Plano Piloto em Brasília. A flânerie, como percurso, pode ser entendida aqui na dimensão de uma narrativa não linear, onde os itinerários são abertos, descontínuos e indeterminados, dando margem a novas narrativas, as quais são construídas pelo movimento das possibilidades e incertezas a partir de um olhar aberto a novas aventuras estéticas. O percurso é apontado no texto como um método de se perceber a analisar a cidade, na sua dimensão do caminhar, do objeto arquitetônico e da narrativa não linear tecida de fragmentos de memória, numa perspectiva benjaminiana. Em contraponto ao percurso errante do flanador, propõe-se o conceito da cidade-panorama de Michael de Certeau, sob o seu aspecto reducionista que faz a cidade ser mais esquecida do que rememorada. Como resultado, propõe-se a leitura de Brasília como fragmentos de espaços e tempos, nos interstícios entre o todo e a parte, entre uma caminhada e outra.
Palavras-chaves: percurso, flâneur, panorama, cidade
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PDFReferências
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DOI: https://doi.org/10.5102/ra.v1i2.8109
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