A gentrificação na malha cicloviária do Distrito Federal

Daniele Sales Valentini, Leonardo Pierre Firme

Resumo


A circulação é algo intrínseco à cidade. A mobilidade se relaciona com a qualidade dessa circulação, isto é, se é possível chegar com segurança a determinado ponto a partir de outro na cidade. A gentrificação é um fenômeno que distorce o uso e cria segregação urbana. Com esse entendimento, o presente teve como objetivo entender a dinâmica de implantação da malha cicloviária em algumas cidades no Distrito Federal (Plano Piloto, Ceilândia e Pôr do Sol) e se houve equidade em sua distribuição. O objetivo principal foi analisar a existência de uma possível gentrificação da mobilidade urbana no que diz respeito à distribuição dessa malha cicloviária, uma vez que, sem acesso à boas condições de mobilidade, o usuário sobrecarrega outros meios de transporte individual ou é obrigado a utilizar os transportes coletivos cada vez mais saturados, perdendo qualidade de vida. O foco não foi analisar as condições atuais ou a qualidade da ciclovia implantada, mas sim, a partir da análise comparativa de dados, analisar sua disposição conforme a necessidade e utilização da comunidade, demonstrando sua eficiência e atendimento às demandas de mobilidade da população. As análises dos dados de malha viárias destas cidades, juntamente com dados de renda e acidentes nos deram um panorama de como foi distribuída a malha cicloviária no Distrito Federal, levando à conclusão de que a distribuição da malha nas cidades pesquisadas não é equitativa e não contribui para a diminuição da gentrificação da mobilidade nestas comunidades.


Texto completo:

PDF

Referências


Agência Brasília, Subsecretaria de Divulgação. Com 633,4 km de ciclovias, DF terá novas bikes compartilhadas nas cidades. 13/03/2022. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2022/03/13/malha-cicloviaria-chega-a-633496-km-e-oferta-de-bicicletas-cresce Acesso em 22 nov. 2022.

A&T. Empresa de Consultoria do Programa Cicloviário do Distrito Federal. Definição da Microrredes Cicloviárias, 2005.

BARBOSA, Jorge Luiz. O Significado da mobilidade na construção democrática da cidade. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/9199. Acesso em 22 nov. 2022.

BATALLER, Maria Alba Sargatal; BOTELHO, Maurilio Lima. O Estudo da Gentrificação. [S.l.], n. 1, p. 9-37, jul. 2012. ISSN 2317-8825. Disponível em: http://www.revistacontinentes.com.br/index.php/continentes/article/view/5. Acesso em 27 out. 2022.

BRASIL. Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997. Código de Trânsito Brasileiro, 2007.

CASTRO DE ABREU, Jacqueline. Mobilidade Ativa: Uma análise da atuação da Rodas da Paz na política de mobilidade urbana do Distrito Federal. Brasília, 2019.

CODEPLAN. Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2004. Brasília, 2004.

CODEPLAN. Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios - PDAD 2013/2014. Brasília, 2014.

CODEPLAN. Pesquisa Domiciliar Transporte 2000, Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central, Brasília, 2002.

DETRAN/DF. Anuário Estatístico. Distrito Federal. Brasília, 2013.

DETRAN/DF. Anuário Estatístico. Distrito Federal. Brasília, 2014.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades. Brasília, 2007.

NOVACAP. Base de Dados do Sistema de Gerenciamento de Pavimento Urbano - SGPU. Distrito Federal. Brasília, 2014.

VELLOSO, M. S. e BORBA A. P. Vias para Vida: Programa Cicloviário no Distrito Federal, 2006.

VELLOSO, M. S. Texto para Discussão nº 2 – Planejamento Cicloviário do Distrito Federal – Passado, Presente e Futuro. Codeplan, 2015

KÖPPEN, W., & GEIGER, R. (1928). KLIMATE DER ERDE. GOTHA: VERLAG JUSTUS PERTHES.




DOI: https://doi.org/10.5102/ra.v2i1.9048

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia