Economia Política da Pirataria na Somália: Bases para uma Abordagem Transformativa - 10.5102/uri.v8i2.1294
Resumo
Este artigo analisa a atual onda de pirataria nas costas da Somália à luz do modelo de economias de guerra proposto por Michael Pugh e Neil Cooper. Segundo esses autores, três tipos de economias florescem nos conflitos prolongados – economia de combate, economia subterrânea e economia de sobrevivência – cujos objetivos são, respectivamente, financiar as atividades de combate, gerar lucros pessoais e prover recursos mínimos de subsistência às populações marginalizadas. Com base em indícios e evidências empíricas que permitem considerar que a pirataria na Somália desempenha essas três funções, argumenta-se que a atual intervenção internacional patrocinada pelas Nações Unidas, ao concentrar-se na violência direta que se observa no mar, não é sustentável na medida que não ambiciona transformar os fatores e as dinâmicas que tornam a pirataria numa alternativa economicamente atrativa aos olhos das populações locais. Diante desta constatação, sugere-se que o tema da pirataria na Somália seja redirecionado para uma agenda crítica, onde o problema deixe de ser tratado como mero foco de desordem no mar e passe a ser abordado em sua dimensão político-econômica, dentro de uma perspectiva transformativa que leve em consideração não só os aspectos locais, mas também as suas ligações regionais.
Palavras-chave
Economias de guerra. Pirataria na Somália. Transformação de conflitos.
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Texto CompletoDOI: https://doi.org/10.5102/uri.v8i2.1294
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