A Construção da Desigualdade no Haiti: experiências históricas e situações atuais - 10.5102/uri.v4i2.160
Resumo
Este artigo discute os supostos das desigualdades sociais/raciais no Haiti contemporâneo, a partir da observação dos processos históricos de formação
das elites e sua gravitação em torno do poder do Estado. Para análise dos mecanismos de construção da desigualdade no Haiti contemporâneo, a pesquisa foi dividida em três momentos: a) pesquisa bibliográfica; b) entrevistas
com haitianos residentes no Brasil e na República Dominicana, brasileiros recém-chegados do Haiti com alguma participação na Missão de Paz do Brasil no Haiti - MINUSTAH e c) interpretação dos dados à luz da literatura selecionada. Ao longo da pesquisa, o racismo e o colonialismo manifestaram-se como os dois grandes núcleos de atualização da desigualdade no Haiti. Mesmo após duzentos de independência formal, a nação ainda convive de modo tenso com estas categorias estruturantes da organização social, política, econômica e intelectual. Existem dois processos distintos de emancipação colonial: um que incide na luta violenta de expulsão dos colonizadores e outro na reestruturação da nação descolonizada rumo a um modelo societário de negação do racismo e do colonialismo. No Haiti, a primeira etapa da descolonização já foi realizada, a outra ainda está por vir, pois o combate anti-colonialista não inaugura, em si mesmo, a perspectiva nacionalista. No Haiti, falta especificamente a discussão da perspectiva nacionalista, que sugere um companheiro profundo e horizontal e a celebração da igualdade dentro dos limites da nação. A falta de organicidade das elites é evidente, já que, ao longo de duzentos anos, não conseguiram romper a cápsula ideológica que engloba o racismo e o colonialismo.
das elites e sua gravitação em torno do poder do Estado. Para análise dos mecanismos de construção da desigualdade no Haiti contemporâneo, a pesquisa foi dividida em três momentos: a) pesquisa bibliográfica; b) entrevistas
com haitianos residentes no Brasil e na República Dominicana, brasileiros recém-chegados do Haiti com alguma participação na Missão de Paz do Brasil no Haiti - MINUSTAH e c) interpretação dos dados à luz da literatura selecionada. Ao longo da pesquisa, o racismo e o colonialismo manifestaram-se como os dois grandes núcleos de atualização da desigualdade no Haiti. Mesmo após duzentos de independência formal, a nação ainda convive de modo tenso com estas categorias estruturantes da organização social, política, econômica e intelectual. Existem dois processos distintos de emancipação colonial: um que incide na luta violenta de expulsão dos colonizadores e outro na reestruturação da nação descolonizada rumo a um modelo societário de negação do racismo e do colonialismo. No Haiti, a primeira etapa da descolonização já foi realizada, a outra ainda está por vir, pois o combate anti-colonialista não inaugura, em si mesmo, a perspectiva nacionalista. No Haiti, falta especificamente a discussão da perspectiva nacionalista, que sugere um companheiro profundo e horizontal e a celebração da igualdade dentro dos limites da nação. A falta de organicidade das elites é evidente, já que, ao longo de duzentos anos, não conseguiram romper a cápsula ideológica que engloba o racismo e o colonialismo.
Palavras-chave
Haiti; Desigualdades; Racismo; Colonialismo
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/uri.v4i2.160
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