ENTENDIMENTO DA VIDA URBANA POR MEIO DA MORFOLOGIA DOS ESPAÇOS

Juliana Leal Alvim, Ana Paula Borba Gonçalves Barros

Resumo


O objetivo do estudo é analisar qual o impacto da morfologia/sintaxe urbana (em seu aspecto sistêmico) na promoção de viagens a pé em espaços urbanos situados no Distrito Federal. E verificar de que modo os preceitos de Jane Jacobs, Jan Gehl e Bill Hillier, de fato, alimentam a vida no espaço urbano. Sendo assim, e com base no trabalho de Barros (2014), eis que a presente pesquisa pretende verificar se os resultados alcançados para espaços urbanos europeus (mais precisamente em Portugal – Lisboa) se confirmarão em espaços situados no contexto da América Latina, mais especificamente no Distrito Federal (Brasil). Para isso, foram coletados dados em três regiões do DF: Varjão (Malha Orgânica ou Irregular); Taguatinga (Malha Ortogonal ou Regular); e a unidade de vizinhança modelo do Plano Piloto 107/307 e 108/308 sul (Malha Modernista). Esses dados foram tabelados e submetidos à estatísticas básicas entre as variáveis. Utilizou-se o software Depthmap® para feitura de mapas axiais e de segmentos dos três estudos de caso supracitados, o que permite o cálculo de um conjunto de variáveis ou índices, a mensurar: conectividade, segregação, integração, etc. A partir daí, foi possível verificar: a importância da diversidade de usos (Jacobs), misturando usos principais em diferentes horários para manter a rotatividade de pessoas no local (que acabam se tornando os olhos da rua). Isso garante maiores segurança, fluxos e valorização econômica do local. Também verificou-se a necessidade de maior conectividade entre os espaços, para que as distâncias percorridas sejam menores (Jacobs) e a importância do número de portas e detalhes na fachada para um fluxo de pessoas ativo e mais convidativo (Gehl). E, por fim, a Teoria da Lógica Social do Espaço, criada por Hillier e Hanson (1984), teve grande relevância para o projeto já que sua criação, amparada pelos pensamentos sistêmico e estruturalista (cf. Derridá, 1971; Foucault, 1971; Hillier et al., 1993; Lefebvre, 1999; Capra, 2003), deriva da preocupação que, segundo Hillier e Hanson (1997), “[...] as teorias [espaciais] tem sido extremamente normativas e pouco analíticas”. Então, estes subsídios supracitados tornam-se meios de analisar o impacto da morfologia/sintaxe urbana em seu aspecto sistêmico, permitindo ao pesquisador refletir sobre a cidade de acordo com as articulações urbanas. Assim, foi possível investigar o relacionamento entre o espaço construído – o edifício ou a cidade, grosso modo referido como arquitetura – e a sociedade – vista como um sistema de possibilidades de encontros (Holanda, 2002)


Palavras-chave


Mobilidade urbana. Sintaxe espacial. Pedestres

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2015.5426

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