ESTRATÉGIAS DE COMPOSIÇÃO NO PROJETO DE ARQUITETURA ENTRE A CONCEPÇÃO E O JULGAMENTO
Resumo
A partir da abordagem analítica de projetos arquitetônicos premiados em situação de concurso, tanto no panorama nacional quanto internacional, esta pesquisa estudou o processo projetual na Arquitetura Contemporânea, com enfoque em estratégias de composição. Parte-se da premissa que o exercício projetual se refere ao conjunto articulado de ações e reflexões, não necessariamente lineares, de antecipação de um determinado objeto, de cuja concepção fazem parte as estratégias compositivas. Tais estratégias são possibilidades de articulação da forma e do espaço e podem atuar como processos eficazes, que auxiliam na idealização e na comunicação do partido ou conceito arquitetônico. Outra premissa na qual é baseada esta pesquisa é que os projetos decorrentes de concurso se apresentam como laboratórios potenciais de observação e análise do exercício projetual. A pesquisa abordou projetos premiados e menções de três concursos: dois nacionais e um internacional. A fim de reduzir a complexidade dos elementos de representação e sintetizá-los em informações gráficas limitadas ao enfoque da pesquisa, foram elaborados diagramas espaciais-volumétricos, como síntese diagramática e analítica das diversas propostas. Nos dois concursos nacionais analisados, cujos programas se referem a sedes administrativas de instituições, observaram-se composições mais rígidas, com menor liberdade volumétrica e conceitual. No caso do concurso internacional, percebeu-se maior flexibilidade nas estratégias de composição (sobreposição, subtração, adição, fragmentação, etc). Percebeu-se que o programa, o contexto urbano e os demais condicionantes têm forte influência sobre as estratégias de composição, podendo definir ou limitar parcialmente o projeto final. A diversidade de composições observada no concurso internacional (Museu Guggenheim de Helsinki), em comparação com os concursos nacionais, decorre da natureza programática peculiar e da complexidade e riqueza do contexto em questão, que permitia maiores especulações e reflexões conceituais. Em ambos os contextos (nacional e internacional), avaliou-se a repercussão do vazio e sua importância como parte das estratégias de composição. Tal elemento extrapola a ideia de que a arquitetura se limita a um “jogo de volumes e elementos construídos”. Trata-se, na verdade, de um jogo entre volumes e vazios; espaço e matéria. A importância do vazio enquanto elemento de composição se tornou ainda mais evidente quando foram confrontadas as análises da pesquisa e as atas de julgamento
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2015.5428
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