MENSAGENS PELA (E PELA) CIDADE - A HUMANIZAÇÃO DE BRASÍLIA – DF VIA INTERVENÇÕES VISUAIS NA ASA SUL – BSB - DF
Resumo
O presente projeto caracteriza-se pelo levantamento fotográfico de mensagens
manifestadas nos espaços públicos de Brasília, como muros, paredes, asfalto,
calçadas, especialmente nas passarelas subterrâneas da Asa Sul, do Plano Piloto,
em Brasília – DF, na perspectiva de que essas intervenções visuais urbanas atuem
como promotoras de afeto em relação à cidade e no seu espaço. O objetivo é, a
partir do levantamento imagético, analisar as mensagens para constatar o percurso
comunicativo traçado na direção do afeto. A metodologia utilizada para tanto foi,
primeiramente, a revisão bibliográfica de referências sobre o tema, via autores como
Bordenave, Russi, Augè, Gehl e Gemzoe, Habermas, Mcluhan, Montane, Santaella,
Foucault; depois, o levantamento fotográfico de intervenções; a análise via
dispositivos teórico-metodológicos da semiótica peirceana e da análise do discurso
de vertente francesa; e, ao final, a aplicação de questionário, com questões
fechadas e abertas, a transeuntes das passarelas. Como resultados tem-se cerca de
250 intervenções1 e seu contexto fotografados, o mapa da das área com a marcação
mesmas, a análise de parte das imagens (cerca de 30), escolhidas por
representarem aquelas mais recorrentes e/ou impactantes. O dispositivo semiótico
permite identificar a predominância de elementos icônicos (figurativos) de seres
vivos, a técnica do grafite e da pichação como elemento indicial mais recorrente, e a
complementariedade bastante presente do elemento simbólico verbal, que direciona
a interpretação dos demais aspectos perceptíveis. Cromaticamente, vigoram cores
fortes e contrastantes. No geral, a interpretação das intervenções concentra-se em
vivências pessoais e dicas de aspectos a considerar, em reflexão, sobre a qualidade
de vida. O raciocínio foucaultiano reforça a relação das escolhas com o contexto das
obras e aponta o propósito de positivar os ambientes em que são manifestas as
mensagens, alegrando-os, buscando a quebra do deslocamento espacial rápido e
automático, e estabelecendo uma conversa com e entre os transeuntes/habitantes e
a cidade. A partir da pesquisa de campo verificou-se que o local é intensamente demarcado como um espaço de passagem, em geral caracterizada pela pressa, seja
por exigências da rotina diária ou, especialmente, por insegurança. Tais aspectos
dificultam a maior interação das pessoas com as mensagens. Mesmo assim, os
respondentes, em geral, manifestaram a percepção de aspectos positivos e
agradáveis em relação às intervenções no local. Portanto, é possível caracterizar a
atuação dessas intervenções urbanas nas passarelas subterrâneas da Asa Sul do
Plano Piloto, em Brasília – DF, como promotoras de afeto dentro da cidade e,
também, em relação a ela
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2015.5431
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