MAPEAMENTO HIDROENERGÉTICO DO PLANALTO CENTRAL: CANA-DE-AÇÚCAR X HIDRELÉTRICAS

Pedro Filipe Bosco dos Santos, Bruno Collischonn

Resumo


A maior parcela da energia consumida no Brasil, cerca de 70%, provém de usinas
hidrelétricas, que dependem da ocorrência de vazões nos rios. Por outro lado, desde a
década de 1970 o país foi um pioneiro no desenvolvimento de biocombustíveis,
principalmente no etanol de cana-de-açúcar. Mesmo tendo apresentado altos e baixos
em anos recentes, o potencial da geração de energia a partir da cana é alto, não
somente por meio do etanol, mas também da cogeração por queima do bagaço e
palha. A expansão sustentável do cultivo de cana-de-açúcar passa pelo aumento da
produtividade, e um dos fatores que possibilitam esse aumento é o uso da irrigação,
principalmente nas regiões mais quentes do país. Com o aumento da irrigação, esta
atividade passa a competir com o setor hidrelétrico pelo uso da água. No presente
trabalho, foi feita uma delimitação espacial das áreas mais apropriadas para cultivo
irrigado de cana-de-açúcar no Brasil, por meio de um critério hidroenergético, ou seja,
a partir de sua comparação com uma alternativa de uso da mesma água para geração
hidrelétrica. Ênfase foi dada à região central do Brasil, que apresenta especial vocação
para o crescimento de ambos os setores. Os resultados mostraram que na maior parte
do território, o uso da água para bioenergia tende a ser mais vantajoso do que na
geração hidrelétrica, em particular se considerada a possibilidade de cogeração.
Considera-se que este tipo de análise pode ser importante quando da ocorrência de
conflitos pelo uso da água, no sentido de estabelecer prioridades na bacia hidrográfica


Palavras-chave


cana-de-açúcar, hidrelétricas, hidroenergia, recursos hídricos, irrigação

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n2.2016.5524

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