CURATIVO ESPACIAL – ARQUITETURA E CONFECÇÃO DA SALA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL DO ADOLESCENTRO 605 SUL
Resumo
No Brasil, mais especificamente no Distrito Federal, há uma enorme lacuna com relação ao atendimento e assistência à saúde das crianças e adolescentes com transtornos mentais. O setor público ainda não apresentou um programa de investimentos significativos na área da saúde. Segundo o Tesouro Nacional, no ano de 2016 os investimentos do GDF reduziram em 70% entre 2014 e 2015. Houve uma queda no volume de recursos investidos na capital que passou de R$ 1,79 bilhão para R$ 539 milhões no período. Esta realidade pode ser amenizada e enfrentada por parte da sociedade civil, com o desenvolvimento de ações diretas na área da saúde no sentido de requalificar e criar espaços destinados a atividades específicas, no caso, uma sala sensorial que irá atender crianças de 10 a 18 anos de idade portadoras de diversos tipos de transtornos e distúrbios mentais. Com a descentralização e regionalização da saúde, o Adolescentro, além do atendimento que regularmente vem prestando a jovens com transtornos e distúrbios moderados dos mais variados tipos pertencentes a Superintendência da Região de Saúde Centro Sul do DF, deverá oferecer assistência aos adolescentes com Transtorno do Espectro Autista-TEA, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade-TDAH, Retardo Mental e Transtorno de aprendizagem sob a ótica da Integração Sensorial. Atualmente, o Centro de Saúde não possui estrutura adequada para essa nova demanda. Neste sentido, objetivou-se, por meio de projeto arquitetônico e obra, de forma prática e consistente, a requalificação de um espaço físico específico no centro de saúde com o intuito de qualificar os serviços prestados à população carente do Distrito Federal, bem como engajar e conscientizar os discentes do seu papel como agente de transformação social. Foram adotados os procedimentos metodológicos de planejamento, pesquisa e levantamento quantitativo e qualitativo do espaço físico; concepção, programação e projetação; viabilização de parcerias, recursos, mão de obra e confecção da Sala de Integração Sensorial. A partir da consciência adquirida e do trabalho de transformação individual num primeiro momento, concluiu-se que foi possível mudanças de maior vulto em razão do valor coletivo. Desta forma, por meio de ações individuais e coletivas orientadas, os discentes tiveram a oportunidade de reforçar valores éticos, de cidadania e praticá-los por meio de um convívio entre pessoas de diferentes classes e condições sociais. Edificações são construídas para gerar abrigo, ou seja, espaços/lugares internos protegidos pela estrutura e pelas vedações para que neles possam ser desempenhadas funções. No caso da Sala de Integração Sensorial, o espaço interno está intrinsecamente vinculado ao sucesso da terapia e nos resultados esperados. Foram analisados e avaliados volume e forma, proporção, distribuição, articulação e conexão de espaços dentro de um contexto
tridimensional. Consideraram-se os pesos e as relevâncias de cada uma dessas variáveis no arranjo e na organização do espaço, no sentido de melhor satisfazer as aplicações funcionais no lugar. Por conseguinte, os resultados obtidos foram extremamente satisfatórios. A sala encontra-se pronta para receber os equipamentos. Em breve serão iniciadas as terapias que irão se transformar em ganhos em saúde física e mental dos usuários
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n3.2017.5800
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