IDENTIFICAÇÃO DE FATORES ASSOCIADOS A MORBIMORTALIDADE DE IDOSOS COM FRATURAS DE QUADRIL POR FRAGILIDADE ÓSSEA EM INTERNAÇÃO HOSPITALAR
Resumo
A osteoporose constitui um importante problema de saúde pública devido a sua associação com fraturas relacionadas com a idade, principalmente as do fêmur proximal. As causas para a elevada mortalidade em pacientes idosos com fratura da extremidade proximal do fêmur foram bem investigadas nos países desenvolvidos; no entanto, pouco se sabe sobre este assunto nos países em desenvolvimento. O objetivo do trabalho foi identificar fatores de morbidade e mortalidade intra-hospitalar de pacientes idosos com fragilidade óssea com fratura de quadril, bem como os fatores clínicos associados ao evento. METODOLOGIA: Estudo de coorte histórica realizado a partir da coleta de dados de prontuários de pacientes internados em Serviço Público de Ortopedia do Distrito Federal. Para o estudo, considerou-se os pacientes admitidos entre janeiro de 2010 e janeiro de 2017. A análise bivariada para testar a associação com o desfecho (mortalidade) realizada através do teste qui-quadrado e a comparação entre grupos (óbito versus sobrevivência) através do teste de Mann-Whitney. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. A fim de avaliar quais variáveis impactaram no desfecho óbito e qual a razão de chance dos preditores selecionados, foi construído um modelo de regressão logística através do método Stepwis. As análises de sobrevivência foram realizadas através da regressão logística de COX e da curvas de Kaplan-Meier. RESULTADOS: Foram identificados 349 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão no estudo, com predomínio de mulheres (n=229) e média de idade de 79,7± 0,5 anos. Observou-se que 76 pacientes (21,8%) tiveram a mortalidade como desfecho e na análise de regressão logística ajustado para idade e sexo [IC95%], as variáveis que explicaram a mortalidade pelo modelo (p<0,005) foram presença de infecção [OR=5,7 (p0,026)], Infecção Respiratória [OR=7,38 (p0,006)], tempo em UTI [OR=1,10 (p0,004)] e Hipertensão Arterial [OR=4,05 (p0,003)]. A avaliação perioperatória realizada (Detsky, 1997), também demostra associação com maior mortalidade entre os pacientes classificados como III (RR 10,6) [n=51; 68% 0,000). O tempo de pós-operatório médio foi de 19,6 dias. Desde a internação do paciente, o tempo médio de sobrevida foi de 62,7 dias [IC95% 47,8–77,6]. Considerando apenas os pacientes que realizaram cirurgia e o tempo pós operatório, verificou-se que o tempo em média
de sobrevida foi de 39,2 dias [IC95% 26,34-53,33;]. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: O tratamento de escolha para a maioria dos pacientes com fratura de fêmur é o cirúrgico. Sabe-se que quanto maior o número de comorbidades no paciente idoso fraturado, maior é a chance de evolução para óbito. Esses dados impactam diretamente na decisão cirúrgica, tempo de intervenção e prognóstico, como exemplo, a alta precoce que pode reduzir o tempo de exposição a agentes infecciosos intra-hospitalares
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n3.2017.5850
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