PERFIL LIPIDÔMICO COMO MARCADOR DE RISCO DE PLACA CORONARIANA EM PACIENTES ASSINTOMÁTICOS DE RISCO INTERMEDIÁRIO PARA EVENTOS CARDIOVASCULARES

Leonardo Ladyr Silva Rodrigues Alves, Henrique Louzan Machado, Aline Maria Araújo Martins

Resumo


A despeito dos avanços na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da doença
cardiovascular (DCV) nos dias atuais, a DCV permanece como uma grande causa de
morbimortalidade em todo o mundo. A prevenção primária tem contribuído de forma
substancial para a redução nas taxas de mortalidade por doença arterial coronariana; no
entanto, ainda existem desafios a serem vencidos. A prospecção de marcadores lipidômicos
pode ser utilizada como técnica complementar para a reestratificação de risco cardiovascular
em pacientes assintomáticos de risco intermediário de Framingham, cujo manejo clínico
adequado é incerto. Neste trabalho, inicialmente submetemos os pacientes à Ecocardiografia
transtorácica (Eco-TT) e à Cintilografia Miocárdica (CM), àqueles pacientes com Fração de
ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) preservada e com a CM negativa foram incluídos no
projeto. Em seguida, nós comparamos o perfil global de lipídeos entre pacientes com placas
coronarianas na angiotomografia (Angio-TC) e sem placa aterosclerótica, classificando-os pelo
Escore de Leaman Adaptado (CT-LeSc), utilizando-o como possível discriminante para
reestratificação de risco cardiovascular. Pacientes Framingham intermediário com
angiotomografia de artérias coronárias foram separados em 3 grupos: ausência de placas (CTRL), placa calcificada (CCP) e placa não calcificada (NCP), com aplicação posterior do CT-LeSC. Este escore caracteriza de forma objetiva a placa em tercis, T1 (CT-LeSc: 0,3 – 3-7), T2 (CT-LeSc: 3,8 – 8,2) e T3 (CT-LeSc: 8,3 – 24,1), com base na localização, grau de estenose e composição da placa aterosclerótica. O N total de pacientes igual a 12, dividido nos 4 grupos (CTRL: 4; T1: 4; T2: 4; T3: 4). Cada grupo teve sua lipidômica analisada por espectrometria de massa tipo MALDI-MS com análise estatística não paramétrica feita pelo software MetaboAnalyst, com análises de PLS-IP (Partial Least Squares Important Features), que leva em conta os perfis diferenciais, e SPLS (Sparse Partial Least Squares), que evidencia melhor a diferença entre de biomarcadores. A lipidômica foi comparada com o escore de cálcio, espessura médio-intimal das carótidas, proteína C reativa US e história familiar de doença aterosclerótica. A análise de SPLS da lipidômica dos grupos NCP, CCP e CTRL mostrou grupos bem estratificados, validando a CT-LeSc e seus tercis, como uma ferramenta de avaliação das placas e seu risco cardiovascular. Através do PLS, foram encontrados lipídios de alta intensidade em T2 e T3 e baixa intensidade em T1 e CTRL, demonstrando um possível marcador de mau prognóstico para eventos cardiovasculares. A técnica de espectrometria de massas mostrou-se aplicável no contexto clínico da Aterosclerose, sendo que sua correlação com o CT-LeSc agregou mais acurácia na discriminação dos fenótipos estudados


Palavras-chave


Lipidômica. Escore de Leaman Adaptado. Escore de Framingham. Aterosclerose. Eventos Cardiovasculares

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n3.2017.5865

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