PROJETO DE PESQUISAS CLÍNICAS PARA O PAN AMERICANO DE 2007: PATOLOGIA DO MANGUITO ROTADOR EM ATLETAS DE ELITE E SUAS ASSOCIAÇÕES COM AMPLITUDE DE MOVIMENTO, FORÇA, DOR E FUNÇÃO DO OMBRO
Resumo
A prevalência da lesão do manguito rotador (MR) em geral é alta na população, particularmente em atletas. O objetivo do estudo é determinar a relação entre a patologia do MR, avaliada pelo ultrassom e variáveis funcionais, como: amplitude de movimento (ADM), força, dor, função do ombro, medidas antropométricas, incluindo peso, estatura e comprimento do braço de atletas de elite em diferentes esportes. Trata-se de um estudo transversal que investigou 132 atletas de 21 modalidades, participantes do Jogos Pan-americanos realizados no Rio de Janeiro em 2007. Todos assinaram o Termo de consentimento livre esclarecido, sendo que o estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade de Pittsburgh. Os participantes responderam um questionário geral de saúde que incluíam seus dados demográficos, o questionário 'Incapacidades do Braço, Ombro e Mão' (DASH), e uma Escala Visual Analógica (EVA) para dor nos ombros esquerdo e direito. Além disso, foi realizada uma avaliação ultrassonográfica do ombro dominante. A força dos ombros foi medida com um dinamômetro manual para abdução, rotação interna (RI) e rotação externa (ER) em 0 e 90 graus de abdução, enquanto que a ADM foi determinada por goniometria. A análise estatística foi realizada utilizando o SPSSv.15. A amostra foi dividida em 3 grupos de acordo com os achados da ultrassonografia: grupo 1 (sem achados ultrassonográficos); grupo 2 (apresentaram tendinose e (ou) bursite sub-acromial); grupo 3 (rupturas parciais do MR). Como resultados foram encontrados que atletas com achados ultrassonográficos apresentaram maior prevalência de dor no ombro dominante(DOD) do que aqueles sem qualquer achado (p = 0,040). No entanto, 19% dos atletas com achados ultrassonográficos não relataram DOD. Não houve diferença significativa na prevalência de achados ultrassonográficos entre homens e mulheres (p = 0.700). Apesar do grupo 3 reportar uma dor maior na escala visual analógica, 31 % dos atletas com ruptura parcial não reportaram nenhuma dor. Comprimento total do ombro, estatura e idade foram maiores nos grupos com lesão. A pontuação no DASH foi maior no grupo 2, quando comparado ao grupo 1, sendo que não houve diferença no DASH no grupo 1, em relação ao grupo 3. Houve maior déficit de força de rotação externa no lado dominante no grupo 3, comparado ao grupo 1 e 2. Portanto, foi concluído que a prevalência de lesões do MR em atletas é elevada, muitos deles já com lesões avançadas, não relatam queixa de dor. Existe, também, correlação entre déficit de força de rotação externa e rupturas tendineas, além de algumas lesões com as medidas antropométricas, como, estatura, peso e comprimento dos membros superiore
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n3.2017.5867
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