projeto de pesquisas clínicas para os jogos pan americano de 2007: uma avaliação dos níveis séricos de ácidos graxos em atletas de elite

Carolina Freitas Carvalho Guimarães Monteiro, Larissa Soares dos Santos, Marcio Oliveira

Resumo


A doença cardiovascular é uma preocupação mundial, inclusive nos atletas. Sabendo-se que a prática regular de exercícios físicos é um fator de proteção cardíaca, o objetivo do estudo é analisar a relação entre a dieta, uso de suplementos e níveis séricos de ácidos graxos em atletas de elite, que estão submetidos ao exercício regular de alta intensidade. Trata-se de um estudo transversal que investigou 39 atletas de 20 modalidades, participantes dos Jogos Pan Americanos realizados no Rio de Janeiro em 2007. Todos assinaram o Termo de consentimento livre esclarecido, sendo que o estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade de Pittsburgh. Os atletas responderam a um questionário sobre dieta, hábitos de vida e doenças prévias. Foram realizados, pelo laboratório Genova Diagnostics (GDX), exames de sangue para avaliar os ácidos graxos. Esses ácidos foram analisados por cromatografia gasosa com ésteres, adicionando-se uma mistura 1:15 acetil cloreto:metanol à amostra de sangue. A análise estatística foi realizada utilizando o SPSS v.22. Evidenciou-se que 97,4% dos atletas de elite possuem uma deficiência de PUFA n-6 (média = 9,22%). Entretanto, apenas 15,4% dos atletas continham valor de ácido araquidônico abaixo da normalidade (média = 2,57%); 12,8% tiveram EPA abaixo da normalidade (média = 0,12%) e 43,6% de DHA reduzidos (média = 0,35%). O índice Ômega 3 (DHA + EPA) foi baixo em 64,1%, de acordo com os dados normativos do laboratório. Encontrou-se também valores de gordura trans aumentado em vários atletas (média=0,61%). Foram realizadas correlações de acordo com idade, gênero, estado civil e raça. Além disso, foi relatado o uso de suplementação de cálcio ou cálcio com vitamina D, em que foi constatado uma diferença significativa em relação à redução da quantidade de produtos pró-inflamatórios de ômega-6, dependendo também do uso mensal relatado. Portanto, foi concluído que os atletas consomem diariamente uma baixa quantidade de DHA e EPA, sendo necessário suplementação para que os produtos do ômega-3 sérico estejam em um nível suficiente para cardioproteção.


Palavras-chave


Ômega 3, Ômega 6, Atletas de Elite, Suplementação, Dados Antropomêtricos, PAN-Americano.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6404

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