Jovens arquitetos e os concursos de arquitetura no Brasil: sobre a contribuição das novas gerações à arquitetura contemporânea.

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo catalogar e analisar os concursos de arquitetura entre 2015
e 2019. Após a catalogação dos 37 concursos promovidos no período supracitado, iniciou-se
a análise quantitativa. No primeiro momento foi traçado o panorama geral, que engloba o
número de concursos por ano, por região e por estado, as categorias de usos e escalas de
inserção dos projetos vencedores e a organização e promoção desses concursos.
Posteriormente foi analisada a contextualização geográfica e profissional dos concursos, em
que foram analisados os números de concursos lançados e sua relação com o perfil das
equipes vencedoras, por região e por Estado, em relação ao número de arquitetos atuantes
em cada contexto. Como o Distrito Federal se destacou em relação ao restante do país no que
se refere ao número de concursos promovidos, foi realizada uma análise complementar sobre
a região. O foco principal da pesquisa, como sugere o título, é compreender a contribuição
das novas gerações à arquitetura contemporânea, sob a perspectiva dos concursos de projeto.
Tendo isso em vista, foi investigado o perfil das equipes vencedoras, sob vários aspectos:
tempo médio de formação dos arquitetos, comparativo entre gerações; presença de
arquitetos mais experientes nas jovens equipes (colaboração entre gerações) e o número
médio de integrantes de cada equipe. Em complemento à análise geracional, foi analisada a
presença das mulheres dentro desses concursos e na profissão, abordando a atuação de
arquitetas, o número de equipes compostas apenas por mulheres e o perfil geracional das
mesmas. Além de dados quantitativos foi feita uma análise qualitativa dos projetos em
situação de concurso, embasada na matriz analítica Herramientas para habitar el presente. La
vivienda del siglo XX (2011), Montaner, Muxí e Falagán, adaptada ao contexto brasileiro. O
resultado da pesquisa evidencia a falta de cultura de concurso no país, a falta de
representatividade das arquitetas no meio profissional, a troca de experiência entre gerações
promovidas pelos concursos e a contribuição qualitativa em relação a arquitetura
contemporânea que os concursos exercem.