As queimadas e a utilização dos retardantes de chama no Brasil: avaliação da toxicidade de retardantes sobre o microcrustáceo ceriodaphnia dubia
Resumo
As queimadas são eventos que alimentam grande preocupação da comunidade científica,
dada a sua significativa contribuição para o aquecimento global e pelo seu reconhecimento
como um dos principais fatores responsáveis pelas perturbações nos sistemas vegetais.
Visando obter maior eficiência na mitigação das queimadas no Brasil, recentemente, vem
sendo inserida em nosso país e, particularmente, no Distrito Federal, nova alternativa de
controle: os retardantes de chama, cujos produtos químicos são divididos em quatro
grandes grupos: inorgânicos (hidróxidos de alumínio, antimônio e estanho); orgânicos
halogenados (clorados e bromados); organofosforados; à base de nitrogênio. A utilização de
produtos químicos no solo, por meio de escoamento superficial ou infiltração, pode atingir
os recursos hídricos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é avaliar a toxicidade de
retardantes de chama para o microcrustáceo planctônico Ceriodaphnia dubia. Foram
testados 3 retardantes, sendo um N-Borato (composto principalmente por N e Bo), um
N-Fosfato+ (composto por altos níveis de N e P) e um N-Fosfato- (composto de baixos níveis
de N e P). O método de ensaio seguiu o protocolo da ABNT para C. dubia. Os resultados
obtidos mostraram, após 24 horas de exposição, que a maior toxicidade foi a do produto à
base de N-Fosfato-, com CE50 de 0,0048%, seguido do N-Borato, com CE50 de 0,023% e do
N-Fosfato+, com CE50 de 0,030% de diluição. Esses dados evidenciam que os produtos
apresentam toxicidade aguda em baixas concentrações, portanto devem ser aplicados com
cautela e com ressalvas, buscando evitar a possibilidade de escoamento para ambientes
aquáticos.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8250
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