O uso da profilaxia pré-exposição (PREP) pela comunidade LGBTQIAP+ e o conhecimento de seus usuários sobre métodos preventivos e infecções sexualmente transmissíveis

Rodinele Silva Ferreira da Cruz Filho, Vanessa Carvalho Moreira

Resumo


A infecção pelo HIV continua sendo um problema de saúde em todo o mundo, bem como as
IST’s, que continuam insidiosas na população LGBTQIAP+. Nesse contexto, ainda hoje há uma
associação entre a população LGBTQIAP+ e a AIDS, uma vez que esse segmento social foi
historicamente exposto à vulnerabilidade, sendo ao longo dos anos excluída do acesso à
saúde, principalmente no âmbito do Sistema Único de Saúde. É fato que a implementação da
PrEP e de medidas preventivas na saúde pública brasileira trouxe muitos benefícios às
populações chaves, inclusive a grupos pertencentes a comunidade LGBTQIAP+. Sendo a
comunidade LGBTQIAP+ uma população em risco, dado o histórico social de preconceito e
marginalização, esta pesquisa tem por objetivo determinar o grau de conhecimento da
população LGBTQIAP+ em relação a profilaxia pré-exposição ao HIV e as infecções
sexualmente transmissíveis. Trata-se de um estudo transversal descritivo prospectivo com
indivíduos autodeclarados LGBTQIAP+, por meio de questionário virtual divulgado e aplicado
a nível nacional por meio de mídias sociais. Participaram da pesquisa 302 indivíduos que
atendiam aos critérios de inclusão, destes 57,2% autodeclaram-se como gays. Sobre os
preservativos, 24,83% dos indivíduos informou pouco interesse, enquanto 71,52%
declararam interesse em usar medicações após o sexo desprotegido e 67,54% informaram
disposição para testagem rápida após situação de risco. Embora os participantes tenham
apresentado conhecimento em relação às IST's, o mesmo não aconteceu quanto ao
conhecimento sobre a profilaxia pré-exposição ao HIV. Os riscos do conhecimento
insuficiente para a PrEP e o alto interesse por medidas após situação de risco demonstram
falhas no que diz respeito à comunicação e divulgação das medidas preventivas e seus
benefícios ao público mais vulnerável. Com base nos resultados encontrados, alerta-se para
os riscos a que a população LGBTQIAP+ está submetida, levantando reflexões sobre as
consequências da vulnerabilidade dessa comunidade e a não aderência dessas pessoas ao
sistema de saúde, assim como a falta de preparo do sistema para resolução dos problemas
de saúde com olhar voltado a essa população, bem como a necessidade de mais estudos nos
diferentes contextos desta temática.


Palavras-chave


Pessoas LGBTQIAP+; HIV; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Profilaxia Pré-Exposição.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8313

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