Perfil dos resultados histopatológicos de biópsias de ovário de um laboratório de referência em patologia de Brasília ao longo de 5 anos

Camila Lopes Moreira da Silva, Vitória Vieira, Cristiane Henriques Soares De Paiva Lopes

Resumo


As patologias ovarianas são um grupo heterogêneo de doenças incluindo um grande percentual de alterações benignas e um número menor de neoplasias malignas, que apresenta a maior taxa de letalidade dentre todos os tumores ginecológicos, além de representar 30% dos cânceres ginecológicos no Brasil. O estudo configurou-se como observacional, analítico e transversal e objetivou analisar o percentual de neoplasias malignas, benignas e borderline dos resultados histopatológicos de biópsias de ovário analisadas em um laboratório de referência em patologia em Brasília, entre 2015 e 2020, descrevendo o perfil etário das pacientes e os subtipos de tais neoplasias, resultando na seleção de 3348 pacientes. Dessas pacientes, observou-se que a maioria possuía entre 20 e 49 anos de idade, totalizando 61,70% dos casos. Em relação às neoplasias malignas, das 1174 amostras, 64,4% eram de pacientes com mais de 50 anos de idade. A origem dos pacientes foi predominantemente do sistema particular, sendo apenas 21 pacientes (0,63%) provenientes do serviço público e destas somente 6 (28,6%) obtiveram diagnóstico de neoplasias malignas, caracterizando maior percentual de número de casos malignos nos casos provenientes do setor público. Mais da metade dos resultados das biópsias ovarianas foram normais (58,24%). Dentre as patologias ovarianas, as neoplasias benignas foram as mais frequentes (21,23%) e dessas, o teratoma cístico maduro representou a maioria dos casos (40,37%). Os casos de endometrioma/ endometriose abrangeram 12,27% do total das biópsias. Já os tumores malignos (7,38%) e borderline (2,27%) de ovário representaram 9,65% dos casos analisados no período, num total de 323 casos. O tipo histológico epitelial representou 62,35% das neoplasia malignas e, dentre esses, o adenocarcinoma seroso foi o mais comum (47,4% dos casos). Curiosamente, os tumores do cordão sexual foram mais frequentes do que os tumores de células germinativas nessa pesquisa (31,58% x 6,07%), especialmente devido ao número de tumores de Células estromais da granulosa (72 casos no período). Metade das metástases para ovário foram originárias do intestino. Câncer de ovário é um tema de extrema relevância na ginecologia, seja pela dificuldade de rastreio e diagnóstico precoces, seja pela sua alta prevalência na população feminina. É necessário maior desenvolvimento científico e pesquisa nesse campo da ciência e esse estudo foi uma tentativa de resumir dados epidemiológicos regionais que contribuirão na construção de futuros projetos.


Palavras-chave


ovário; tumor; neoplasias ovarianas;

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8317

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