O impacto da percepção de corrupção no bem-estar subjetivo
Resumo
A corrupção é um grave problema mundial, mas, em função dos diversos escândalos dentro da política brasileira, o tema ganha realce no Brasil. A presente pesquisa investigou o impacto da percepção da corrupção no bem-estar subjetivo, bem como analisou o efeito moderador da percepção de punição na relação entre corrupção e bem-estar, tendo como base o Modelo Analítico da Corrupção (MAC). Participaram da pesquisa 183 pessoas, com diferentes tipos de vínculo empregatício, sendo 75% residentes do Distrito Federal e 56,3% que possuem ensino superior completo ou já finalizaram a pós-graduação. Todos os participantes responderam à Escala de Bem-Estar Subjetivo, a medida de percepção de corrupção, a medida de percepção de punição e um questionário sociodemográfico. Os instrumentos foram apresentados na respectiva ordem. Por meio do teste de correlação de Pearson, foi identificado uma relação significativa entre a percepção de corrupção e afetos negativos, assim como, uma relação significativa entre percepção de punição e afetos positivos. O efeito moderador da percepção de punição entre corrupção e bem-estar subjetivo, testado por meio do Modelo 1 do PROCESS, não foi corroborado. De maneira geral, entende-se que a corrupção contribui para maiores índices de afetos negativos, ou seja, ela impacta negativamente o bem-estar subjetivo dos indivíduos independente da percepção de punição. Isso significa que mesmo que existam políticas voltadas ao combate às práticas corruptas (percepção de punição), a percepção de corrupção é danosa para o bem-estar das pessoas. Tais achados evidenciam que, além de perdas monetárias, um ambiente corrupto pode ser danoso para o bem-estar subjetivo de pessoas inseridas nesse contexto
Palavras-chave
corrupção; bem-estar subjetivo; percepção de punição; psicologia política
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8892
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