Análise do conhecimento de profissionais de saúde acerca da profilaxia pós-exposição (pep) para HIV em um hospital da rede pública do Distrito Federal (DF)

Letícia Sampaio Castro, Isabelle Cristina Abreu Bílio, Gerson Fernando Mendes Pereira

Resumo


A profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV é uma estratégia adotada pelo Ministério da Saúde
que consiste na administração da terapia anti-retroviral (TARV) por 28 dias após eventos com
risco de transmissão de HIV, apresentando extrema importância no contexto de acidentes
ocupacionais com materiais biológicos, frequentes principalmente na rotina de profissionais
de saúde. Tendo em vista a importância do assunto no contexto desses trabalhadores, o
objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento acerca da PEP ao HIV e suas
especificidades por profissionais de saúde do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), bem
como demonstrar a frequência de ocorrência de acidentes ocupacionais e condutas
relacionadas à PEP no contexto desses profissionais. Para isso, foi realizada uma pesquisa do
tipo descritiva, transversal e de levantamento no período de 1º de setembro de 2021 a 30 de
julho de 2022. Por amostragem de conveniência, foram selecionados 82 profissionais da
saúde que responderam a questões referentes à ocupação, treinamento em relação a PEP,
além de suas particularidades. Ademais, foram questionados em relação a acidentes
ocupacionais e uso prévio da PEP. Com isso, observou-se médicos e enfermeiros como os
principais profissionais entrevistados, representando 28% (23) e 26,8% (22) da amostra,
respectivamente. 82,9% (68) dos participantes afirmaram já terem ouvido falar sobre a PEP,
porém apenas 54,9% (45) afirmaram conhecer a diretriz do Ministério da Saúde sobre o
assunto e 50% (41) tiveram treinamento específico. Em relação às peculiaridades do tema,
74,4% (61) responderam corretamente pelo menos uma situação de indicação da PEP.
Entretanto, em relação ao atraso máximo para tomar a PEP, apenas 46,3% (38) sabiam o
tempo correto. 39% (32) dos profissionais sabiam quantos e quais os medicamentos do
esquema preferencial, porém 29,3% (24) não sabiam responder ambas as questões. A
duração do esquema foi respondida apropriadamente por 53,7% (44) dos participantes.
Apesar do conhecimento escasso em relação ao tema por alguma parte dos profissionais,
82,9% (68) se consideram em risco de contrair HIV em seu local de trabalho e 54,9% (45)
referem ter apresentado pelo menos uma exposição ocupacional, sendo os acidentes os
mais relatados, correspondendo a 86,6% (39) dos casos. Desses, os imprevistos com picadas
de agulhas e respingos de sangue/fluidos foram os mais frequentes, com 71,1% (32) e 62,2%
(28), respectivamente. Dos profissionais que sofreram acidentes, apenas 57,7% (26)
realizaram teste para detecção de HIV e 51,1% (23) não receberam o esquema, sendo o
principal motivo para tal fato do paciente-fonte ter teste negativo para HIV, relatado por
47,8% (11) da amostra. Portanto, apesar do desempenho satisfatório nas respostas
relacionadas a algumas especificidades, ainda existe uma lacuna no conhecimento acerca do
tema. Ainda, condutas de extrema importância como testagem e adesão ao esquema
apresentaram frequência baixa, reforçando a necessidade de fixação do conhecimento
acerca do assunto, visando a adoção das medidas apropriadas frente a essas situações. Para
que isso seja alcançado, reforça-se a necessidade de treinamentos periódicos e equipe de
suporte para essas situações


Palavras-chave


profilaxia pós-exposição; HIV; conhecimento; profissionais de saúde; acidente ocupacional

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8923

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