Manejo clínico e terapêutico de pacientes graves acometidos por Covid-19 em um hospital público do Distrito Federal
Resumo
A doença causada pelo SARS-CoV-2 (COVID-19) se caracteriza por uma Síndrome Respiratória Aguda Grave e devido ao seu alto poder de transmissibilidade e o aumento de casos em escala mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou-a como pandemia em março de 2020. O quadro clínico é variável, apresentando-se desde quadros assintomáticos a graves. Dentre as complicações dos quadros graves podemos citar a insuficiência respiratória, choque séptico e/ou falência de múltiplos órgãos, tromboembolismo pulmonar, doença neurológica e cardíaca. Os fatores de risco para o pior prognóstico incluem pacientes maiores de 50 anos, cardiopatas e pneumopatas graves ou descompensados, imunodeprimidos, obesidade mórbida, hipertensão arterial, doentes renais crônicos em estágio avançado, diabéticos e gestantes. Apesar de estar apresentando maior controle no último ano, após a introdução da vacinação, os casos de COVID-19 persistem, o que instiga maiores pesquisas para geração de dados, análises e protocolos de prevenção, detecção e tratamentos. O presente estudo teve como objetivo investigar o manejo clínico e terapêutico de pacientes graves acometidos por COVID-19, traçando seu perfil epidemiológico, alterações em exames laboratoriais e de imagem, fatores de morbimortalidade associados e as principais formas de tratamento instituídas. Para isso realizou-se um estudo transversal, descritivo, de caráter retrospectivo, com revisão de prontuários de pacientes graves acometidos por COVID-19 no Box de Emergência e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) no período de janeiro a julho/2021. O perfil epidemiológico dos pacientes apontou que a maioria dos acometidos com casos graves tem acima de 50 anos, com uma média de internação de 20 dias, com predomínio do sexo feminino. As principais comorbidades encontradas foram: obesidade, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e doenças cardiovasculares. A maioria das tomografias computadorizadas realizadas apresentou comprometimento bilateral e padrão de vidro fosco. Houve necessidade de ventilação mecânica em 88,15% dos pacientes. Os achados laboratoriais dessa pesquisa, para ambos os desfechos, têm como resultado a presença de anemia, leucocitose; PCR, VHS e ferritina com elevação importante; TGO, TGP, FAL e GGT aumentados, apontando para comprometimento hepático, e hiperbilirrubinemia às custas de bilirrubina indireta. Não foram evidenciadas alterações significativas na contagem de plaquetas. Os valores de D-dímero foram elevados, assim como os de CPK e LDH. Da amostra, 94,7% dos pacientes fizeram o uso de um ou mais antimicrobianos, sendo os principais o meropenem, ceftriaxona e piperacilina/tazobactam. O uso de corticosteroides foi observado em 93,4% dos pacientes, enquanto o uso de anticoagulantes foi observado em 96,1%. Não foi encontrado nenhum paciente em uso de cloroquina, o que está condizente com os tratamentos propostos atualmente. Os achados deste trabalho almejam colaborar com as equipes de assistência em saúde e comunidade científica no manejo do paciente grave acometido por COVID-19, para tanto apontamos em nossos resultados o perfil dos pacientes graves acometidos por COVID-19, as principais comorbidades, as alterações mais importantes encontradas nos exames laboratoriais, os comprometimentos pulmonares mais frequentes e os principais tratamentos instituídos em um hopital público referência no tratamento
Palavras-chave
COVID-19; SARS-COV 2; UTI; BOX de emergência
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2021.8974
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