Investigação sobre a subjetividade das mulheres frente às violências vividas em situação de rua: um espaço de fala

Resumo

A presente pesquisa tem como foco os processos de subjetivação e invenção do cotidiano,
produzidos por mulheres em situação de rua, em tem como princípio as narrativas
construídas a partir do viver dessas mulheres, ex-moradoras ou ainda residentes de rua, que
busca-se ampliar o lugar de fala sobre o dia-a-dia de enfrentamento as desigualdade, luta de
gênero e as garantias dos direitos de pessoas em situação de vulnerabilidade social severa.
Esse projeto tem por objetivo geral compreender a vivência de mulheres em situação de rua
e os devidos apetrechos políticos públicos que as permeiam, e objetivos específicos
(a)desenvolver a confecção de um espaço de fala legítimo ; (b) expor o cenário brasileiro
atual de violências e acolhimentos a esta população; (c) compreensão sobre a subjetividade
das locutoras entre significante e significado que comunica suas vivências. Esse projeto
defende a ideia de que o viver nas ruas é permeado por inúmeras violências, crises, mas que
o seu resistir frente às necropolìticas aplicadas, necessitaria por sua vez uma visão criativa,
potente e legítima para continuar na sobrevivência e no viver. As bases teóricas caracterizam
a violência de gênero, o cenário e breve história das pessoas em situação de rua (PSR),
reflexões sobre as mentiras de subjetivação frente a essas violências do sistema.
Metodologicamente, foi utilizado de três entrevistas semi-estruturadas, que para a análise
foi utilizado a Análise de Conteùdo (Bardin, 1977). Os eixos de análise são: “Caracterização
das participantes” para que o leitor compreenda o contexto de vida dessas mulheres que
ocasionou sua estadia nas ruas; “Fatores de risco para população das ruas” busca abordar os
fatores negativos compartilhados por elas por meio das falas frente ao cenário; “Fatores
protetivos pela assistência pública”, pontua algumas estruturas que são entendidas como
benéficas para essas mulheres frente às inúmeras violências vivenciadas; e “A subjetividade
frente às ruas” em que busca analisar concepções ideológicas presentes nos discursos e suas
contribuições para saúde mental dessas.