Inclusão de pacientes padronizados (atores) em atividades de simulação realística, já utilizadas na graduação de medicina, na perspectiva docente
Resumo
Com a progressão das tecnologias e do ensino superior em saúde, a graduação médica
passou por notável evolução, abandonando a abordagem tradicional centrada no professor,
para abraçar um modelo que coloca o aluno como sujeito do seu processo de aprendizado.
Para isso, é essencial que os estudantes participem ativamente nas atividades propostas,
uma vez que, a escuta de aulas expositivas já não é suficiente para empoderar o aluno no seu
desenvolvimento formativo (DEBALD, 2015). No campo da medicina, a Simulação Realística
(SR) destaca-se como um avanço significativo no aprimoramento do ensino médico, com
uma abordagem pedagógica capaz de englobar diversos recursos - pacientes simulados
(pessoas treinadas para executar um papel previamente determinado), simuladores de
diversas complexidades, além de softwares interativos e estrutura de replicação de cenários
de atendimento a saúde (PRETO; MAGALHÃES; FERNANDES, 2010). Nesse sentido a SR
desempenha um papel crucial na formação médica, oferecendo abordagem prática e
envolvente para solidificar conceitos teóricos, uma vez que, cria ambientes semelhantes à
prática real, permitindo que os alunos vivenciem situações semelhantes à vida real, em
ambiente seguro e controlado (ISSENBERG, 2003). A integração de pacientes padronizados
em simulação realística destaca-se como uma estratégia altamente eficaz proporcionando
experiências próximas à realidade e respondendo a necessidade ética de proteger os
pacientes, mesmo que em processos de ensino e aprendizagem (ZIV et al., 2003/ OLIVEIRA,
2023). Contudo, há de se considerar o objetivo da prática na escolha ou não da utilização
destes recursos, que envolvem estrutura, planejamento e investimentos financeiros. Diante
disso, o presente estudo teve como objetivo analisar a importância da presença dos atores,
na perspectiva dos docentes, em Protocolos de Experimento (PE) de SR já aplicados em aulas
Medicina e elencar as temáticas nas quais os atores são essenciais. 258 PE de SR foram
avaliados e 41 não solicitavam pacientes padronizados, mas se encaixavam na definição de
simulação de “alta complexidade” o que demanda uma contextualização, reflexão além das
habilidades psicomotoras já adquiridas. 5 docentes com experiência em SR foram
entrevistados e os resultados obtidos em análise descritiva foi organizado em classes:
“Paciente Padronizado (ator profissional) não necessário”; “Necessidade de paciente
padronizados (ator profissional) e simuladores”; “Paciente Padronizado (ator profissional)
necessário”; “Paciente Padronizado é um simulador e o aúdio é do próprio docente”;
“Paciente Padronizado (ator profissional) enriquece, mas não é essencial”. Alguns PE
carecem mais de simuladores que de atores para replicar os sinais do exame físico, como é o
caso da aula de complicações mecânicas do infarto do miocárdio evoluindo para choque
cardiogênico. Enquanto a presença do ator é indispensável para promover alguns objetivos,
como no caso de aulas de pediatria, e psiquiatria, onde grave parte dos protocolos visam
treinar a comunicação de notícias difíceis.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9582
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