Inclusão de pacientes padronizados (atores) em atividades de simulação realística, já utilizadas na graduação de medicina, na perspectiva docente

Ana Clara Costa Vieira, Miriã Maria Vitoriano Moreira, Renata Uchôa Alves, Igor Guevara

Resumo


Com a progressão das tecnologias e do ensino superior em saúde, a graduação médica
passou por notável evolução, abandonando a abordagem tradicional centrada no professor,
para abraçar um modelo que coloca o aluno como sujeito do seu processo de aprendizado.
Para isso, é essencial que os estudantes participem ativamente nas atividades propostas,
uma vez que, a escuta de aulas expositivas já não é suficiente para empoderar o aluno no seu
desenvolvimento formativo (DEBALD, 2015). No campo da medicina, a Simulação Realística
(SR) destaca-se como um avanço significativo no aprimoramento do ensino médico, com
uma abordagem pedagógica capaz de englobar diversos recursos - pacientes simulados
(pessoas treinadas para executar um papel previamente determinado), simuladores de
diversas complexidades, além de softwares interativos e estrutura de replicação de cenários
de atendimento a saúde (PRETO; MAGALHÃES; FERNANDES, 2010). Nesse sentido a SR
desempenha um papel crucial na formação médica, oferecendo abordagem prática e
envolvente para solidificar conceitos teóricos, uma vez que, cria ambientes semelhantes à
prática real, permitindo que os alunos vivenciem situações semelhantes à vida real, em
ambiente seguro e controlado (ISSENBERG, 2003). A integração de pacientes padronizados
em simulação realística destaca-se como uma estratégia altamente eficaz proporcionando
experiências próximas à realidade e respondendo a necessidade ética de proteger os
pacientes, mesmo que em processos de ensino e aprendizagem (ZIV et al., 2003/ OLIVEIRA,
2023). Contudo, há de se considerar o objetivo da prática na escolha ou não da utilização
destes recursos, que envolvem estrutura, planejamento e investimentos financeiros. Diante
disso, o presente estudo teve como objetivo analisar a importância da presença dos atores,
na perspectiva dos docentes, em Protocolos de Experimento (PE) de SR já aplicados em aulas
Medicina e elencar as temáticas nas quais os atores são essenciais. 258 PE de SR foram
avaliados e 41 não solicitavam pacientes padronizados, mas se encaixavam na definição de
simulação de “alta complexidade” o que demanda uma contextualização, reflexão além das
habilidades psicomotoras já adquiridas. 5 docentes com experiência em SR foram
entrevistados e os resultados obtidos em análise descritiva foi organizado em classes:
“Paciente Padronizado (ator profissional) não necessário”; “Necessidade de paciente
padronizados (ator profissional) e simuladores”; “Paciente Padronizado (ator profissional)
necessário”; “Paciente Padronizado é um simulador e o aúdio é do próprio docente”;
“Paciente Padronizado (ator profissional) enriquece, mas não é essencial”. Alguns PE
carecem mais de simuladores que de atores para replicar os sinais do exame físico, como é o
caso da aula de complicações mecânicas do infarto do miocárdio evoluindo para choque
cardiogênico. Enquanto a presença do ator é indispensável para promover alguns objetivos,
como no caso de aulas de pediatria, e psiquiatria, onde grave parte dos protocolos visam
treinar a comunicação de notícias difíceis.


Palavras-chave


simulação realística; pacientes padronizados; metodologia ativa.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9582

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