O uso da técnica de reconstrução do ligamento coracoclavicular (CC) com fixação da articulação acromioclavicular para o tratamento de luxações acromioclaviculares grau V
Resumo
A Luxação Acromioclavicular é muito comum de ocorrer em populações que praticam esportes de contato, como: futebol, artes marciais, hockey, rugby, porém, também são frequentemente observadas em acidentes de trânsito e quedas. Seu principal mecanismo de lesão está ligado a trauma direto na porção póstero-lateral do ombro quando o braço está aduzido, ou trauma indireto que também pode provocar este tipo de lesão quando a queda ocorre com o braço em extensão. Por ser uma lesão bastante frequente, existem variáveis técnicas de correção cirúrgica para o tratamento de LAC. Em lesões de grau V, segundo a escala de Rockwood, o tratamento cirúrgico é extremamente recomendado. Visando isso, o estudo teve como objetivo principal analisar os desfechos clínicos de dor e funcionalidade de pacientes submetidos a técnicas de reparo do ligamento coracoclavicular com duas âncoras de sutura e fixação da articulação acromioclavicular com fio inabsorvível para o tratamento de LAC grau V. Tratando-se de um estudo observacional transversal do tipo série de casos com cinco pacientes, no qual foram avaliados pacientes diagnosticados com LAC - Grau V, submetidos à sutura da AC associada ao reparo dos LCC acompanhados no hospital HOME – Brasília-DF em parceria com o Serviço de Cirurgia de Ombro e Cotovelo de Brasília no período entre agosto de 2022 a maio de 2023. Durante a avaliação funcional dos voluntários o estudo correlacionou: (1) os achados subjetivos e objetivos do Constant Murley Score; (2) a mensuração de força muscular isométrica máxima de estabilizadores de glenoumeral (rotadores internos e rotadores externos), estabilizadores da escápula (trapézio fibras superiores, médias e inferiores e serrátil anterior, e flexão + abdução de ombro em 45° no plano escapular); (3) as possíveis complicações pós-operatórias. O período de pós-operatório dos cinco pacientes avaliados variou de 6 a 38 meses; o tratamento fisioterápico durou em média 2 meses após a cirurgia; a pontuação média em Constant Murley Score (CMS) foi de 85,6 pontos; em relação à força muscular isométrica máxima a média de nenhum grupo muscular avaliado ultrapassou os 90% de simetria, sendo o grupo que mais se aproximou foram os Rotadores internos (89,8%) e o que menos se aproximou foram os rotadores externos (69,9%). Conclui-se que embora os valores de Constant Murley Score (CMS)
apresente bons resultados de funcionalidade, os testes de força muscular isométrica máxima não apresentaram os índices de simetria adequados entre membro não operado e operado. Apesar do presente estudo considerar como eficaz e segura a técnica de reparo do ligamento coracoclavicular combinado com a fixação da articulação acromioclavicular para o tratamento de LAC grau V, recomenda mais estudos para a confirmação de sua eficácia. Incentivando a comparação com outros métodos quantitativos e qualitativos de avaliação de funcionalidade.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9592
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