Perfil dos marcadores laboratoriais de pacientes admitidos com infecção por SARS-COV-2 em hospital do Distrito Federal e sua importância prognóstica (continuação de uma linha de pesquisa)

Éverton Chaves Correia Filho, Marjorie Thomaz Moreira, Fabíola Fernandes dos Santos Castro

Resumo


O coronavírus-19 é causado pelo vírus SARS-CoV-2. E é uma infecção respiratória, transmitida por gotículas respiratórias. Ao infectar as vias aéreas pode induzir desde infecção leve das vias aéreas superiores à síndrome respiratória aguda grave. Ainda não está totalmente esclarecido se os desfechos graves estão relacionados à infecção viral, à resposta imunológica, às doenças subjacentes ou a uma combinação de outras variáveis. Portanto, o objetivo foi obter evidências a respeito dos fatores prognósticos de mortalidade em pacientes admitidos em UTI devido ao SARS- CoV-2. Estudo observacional e transversal, com coorte retrospectiva de pacientes com COVID-19. Foram coletadas informações epidemiológicas, e clínico-laboratoriais por meio de um formulário semiestruturado, de pacientes com sintomas respiratórios e teste Rt-PCR para infecção. Os dados foram tabulados em software Microsoft Excel®. Análise estatística realizada em pacote estatístico para ciências sociais, para verificar os fatores associados ao desfecho clínico, o odds ratio (OR) e o intervalo de confiança de 95% (IC). Adotou-se (P < 0,05) como significância. Participaram do estudo 200, com idade média de 57,7 (± 15,8 anos). Esses foram divididos de acordo com desfecho clínico, observando uma prevalência de 29,0% com pior desfecho, e 71,0% alta hospitalar. Aqueles que evoluíram para óbito apresentaram idade significativamente maior em relação àqueles com alta (65,5 ± 15,0 vs 54,4 ± 14,9) respectivamente. Pacientes com pior desfecho clínico apresentaram maior tempo de internação (p = 0,022), com média de 13 dias, maior número de comorbidades (p = 0,002), nas quais foram categorizadas por número de eventos, sendo a presença de 2 comorbidades ou mais significativamente estatística. Outra variável relacionada à mortalidade é o tempo de tromboplastina parcial ativado (p = 0,027) em relação àqueles que receberam alta. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas para os marcadores de atividade inflamatória, ferritina, lactato, d-dímero, plaquetas, fibrinogênio e o tempo de protrombina (p > 0,05). A idade avançada (47,4%, p <0,001), necessidade de ventilação mecânica (53,5%, p <0,001),
presença de 2 ou mais comorbidades (50,5%, p <0,001), sepse (56,6%, p <0,001), e ter realizado culturas (81,5%; p = 0,001) estiveram significativamente associados razão de chance de óbito. Considerando mortalidade, foi significativamente estatística a presença de diabetes mellitus (p < 0,036) e doenças renais (p < 0,002. A maior parte dos pacientes apresentou resultados negativos para cultura, e ausência de infecção secundária (39,8%). A presença de Candida albicans foi a mais expressiva na amostra (11,7%), seguida de Klebsiella pneumoniae (11,3%). Não foram observadas associações significativas dos eventos tromboembólicos com o óbito. Maior tempo de internação (p = 0,018) e maior valor do D-dímero (p < 0,001) foram variáveis que apresentaram relação positiva com presença de eventos trombóticos. Os resultados estatísticos obtidos podem ajudar a prever risco de gravidade, mortalidade e a determinar efetivamente os protocolos preventivos e tratamento necessários. Portanto, o prognóstico precoce e o cuidado para paciente com chance de mortalidade elevada são importantes para limitar a progressão da doença e a morte.


Palavras-chave


covid-19; sars-cov-2; sepse.

Texto completo:

PDF


DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2022.9596

Apontamentos

  • Não há apontamentos.

Desenvolvido por:

Logomarca da Lepidus Tecnologia